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Entidade afirma que cortes de orçamento inviabilizam universidades

Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes) espera ser recebido pelo ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, para apresentar reivindicações do setor

Antônio Cruz/Agência Brasil

Categoria espera se reunir com o ministro da Educação, mas nega possibilidade de encerrar a greve hoje

São Paulo – Contra os cortes orçamentários e por mais investimentos públicos na educação, professores, técnicos administrativos e estudantes farão hoje (7), em Brasília, a Caravana Nacional em Defesa da Educação Pública. Em entrevista à Rádio Brasil Atual, a vice-presidente do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), Marinalva Oliveira, fala sobre a situação precária vivida pelas universidades. “Está ocorrendo um corte no orçamento das universidades, e elas estão sem as condições mínimas de funcionamento.”

Marinalva conta que a redução de investimento acontece há anos, mas em 2015 o problema tornou-se mais agudo. “Há anos o governo vem reduzindo os investimentos na educação superior, as universidades passam por falta de professores, obras inacabadas, laboratórios que não funcionam. Neste ano, diante dessa precarização, o governo cortou R$ 9,4 bilhões, e isso aprofunda as péssimas condições de funcionamento nas universidades.”

A categoria espera se reunir com o ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, mas não há possibilidade de os docentes encerrarem a greve nesta terça-feira. “Vamos reivindicar que haja uma audiência com uma pauta central: o corte do orçamento, e mais investimentos.”

Segundo Marinalva, a greve dos professores federais, iniciada em 28 de maio, não tem previsão para se encerrar. “Nossas reivindicações não foram respondidas, e se intensifica a vontade do governo de privatizar as universidades. O tempo da greve depende de o governo responder nossas reivindicações. A categoria pede reunião há anos; depois de um ano, eles marcam a primeira reunião e nesse primeiro diálogo não respondem nada que pedimos. O que estamos pedindo é o mínimo, que é uma negociação, e não existe resposta por parte do governo. Todo dia vemos o ministro falando que está aberto para dialogar, mas nunca nos recebeu.”

Ao falar sobre a greve dos servidores públicos federais, a vice-presidente da Andes afirmou que as negociações com a Secretaria de Relações do Trabalho no Serviço Público, do Ministério do Planejamento, estão sendo conduzidas de forma “imoral”. “Eles protocolaram uma pauta com oito itens centrais, e no dia 25 o Sérgio Mendonça, secretário de Relações do Trabalho, respondeu um único item e ignorou o restante. É reivindicado aumento de 27,3% em um ano; ele propôs 21% divido em quatro anos, cerca de 5% ao ano, enquanto a projeção da inflação ultrapassa 9%. Então, é uma proposta desrespeitosa e imoral com os servidores públicos federais. O governo está oferecendo um reajuste que é a metade da inflação, é um confisco do salário desses trabalhadores.”

O grupo terá uma reunião com o secretário de Relações de Trabalho hoje, às 14h, e espera receber alguma resposta positiva sobre as reivindicações.

Ouça a entrevista completa para a Rádio Brasil Atual: