Reduções

Alckmin se contradiz com corte de verba em universidades, afirma Adusp

Marcos Santos/USP Imagens Universidade de São Paulo já sofre há tempos, porém não consegue expandir, por conta do percentual repassado São Paulo – Em entrevista para a Rádio Brasil Atual, […]

Marcos Santos/USP Imagens

Universidade de São Paulo já sofre há tempos, porém não consegue expandir, por conta do percentual repassado

São Paulo – Em entrevista para a Rádio Brasil Atual, o presidente da Associação dos Docentes da Universidade de São Paulo (Adusp), Ciro Correia,  afirmou que é preciso pressionar o governo Alckmin para reverter a proposta de redução de verbas para as três universidades do Estado – USP, Unicamp e Unesp – apresentadas recentemente. “Caso seja aprovada, colocará em risco o principal parque universitário da América Latina. Assim se desconstrói em dois anos, algo que demorou 50 anos para construir.”

Neste período do ano, aa Assembleia Legislativa discute as proposta do governo para as diretrizes orçamentárias do ano seguinte. O Estado de São Paulo apresentou um projeto que altera o mínimo repassado para as instituições de ensino superior. O piso atual é de 9,57% do ICMS, mas a mudança prevê que esse número passe o teto da quantia investida.

Segundo Correia, o governo sabe que o valor atual já não é suficiente para manter as universidades e que, caso seja aprovada a proposta, o decreto de autonomia estará quebrado. “Isso autoriza o governo não a pagar os 9,57%, não cumprir com o mínimo que é insuficiente,. Nós temos clareza de que é muito grave.”

O presidente da Adusp afirma que as universidades já sofrem há tempos, e que o sistema público do Estado não atende a demanda. ”A relação de alunos que são atendido pelo ensino superior público é uma das menores do país, pois a população é grande e pela pouca a participação de instituições federais de ensino superior. Em SP menos de 10% das vagas do Ensino Superior estão no sistema público, mais 90% está no privado, que não tem qualidade, são exceções que tem uma qualidade reconhecida.”

Para ele, o sistema precisa expandir, porém desde 1995, o percentual repassado é o mesmo, o que resulta em uma sobrecarga de trabalho nas instituições, com impactos negativos na qualidade do ensino, e contradiz o que foi prometido por Alckmin. “O Estado que tem o discurso de que educação tem de ser prioridade, não reajusta salários de professores do ensino fundamental e médio, e corta previsão de repasse e recursos para as universidades. Isso vai na contramão do que é dito.”

“O governo diz que está num momento de retração econômica e queda de arrecadação, porém a responsabilidade por isso é do próprio governo. Infelizmente, em São Paulo o direito social fundamental é o primeiro a ser cortado e atacado, num momento de crise econômica”, afirmou.

Ouça a entrevista para a Rádio Brasil Atual