sem cortes

Dilma afirma que programas de educação não serão comprometidos com ajuste fiscal

Em reunião com a UNE, presidenta comprometeu-se ainda a abrir um milhão de vagas de nível superior em 2015

Marcos Santos / USP Imagens

Em cenário preocupante, diversas universidades federais estão tendo dificuldade para exercer suas atividades

São Paulo – Na última terça-feira (19), a União Nacional dos Estudantes (UNE) se reuniu com a presidenta Dilma Rousseff. Hoje (21), em entrevista para a Rádio Brasil Atual, a presidenta da UNE, Virgínia Barros, a Vic, fez um balanço do debate que reivindica que a educação não sofra cortes. “Foi uma reunião importante, a presidenta apresentou compromissos fundamentais, e garantiu que nenhum programa social ficará comprometido.”

Segundo a líder do movimento, também foi debatido no encontro a defesa dos estudantes dependentes do Fies e as medidas tomadas pelo governo em nome do ajuste fiscal. “Pedimos uma reformulação e um aprimoramento no programa de financiamento estudantil, e apresentamos nossa opinião sobre o bojo desse ajuste orçamentário que o governo está fazendo. A educação precisa ser preservada, pois é um setor estratégico para o desenvolvimento do país.”

Vic Barros afirma que entre os compromissos firmados pela presidenta foi incluído, ainda para este ano, a abertura de um milhão de novas vagas nas universidades brasileiras, através dos programas federais Sisu, Prouni e Fies.

Para a presidenta da UNE, o cenário atual da educação de nível superior é preocupante. “O Ministério da Educação restringiu o repasse das verbas, e diz que esse é o procedimento enquanto não sai o decreto de regulamentação do Orçamento do ano. Mas independentemente das justificativas, tem universidades, como a Federal do Rio de Janeiro, que chegou a ficar sem aula por causa do falta de pagamento dos funcionários terceirizados”, disse.

A situação da educação ainda é positiva, na opinião de Virgínia, motivada por avanços que conquistados nos últimos anos, como o Plano Nacional de Educação, a aplicação dos royalties do pré-sal no setor, e os programas de inclusão social, como o Enem e as cotas. “Tivemos conquistas importantes. Nos últimos dez anos foram duplicados os números de jovens que têm acesso ao ensino superior, a aprovação do PNE foi fundamental, pois é um projeto que visa formular e direcionar políticas educacionais na próxima década.”

No próximo dia 29 está marcada uma paralisação nacional contra o ajuste fiscal e o projeto que autoriza a terceirização irrestrita de mão de obra pelas empresas. A mobilização idealizada pela CUT contará com a participação da UNE, entre outras entidades. “Este momento de crise econômica exige muita mobilização social para que consigamos enfrentar esse momento, e que nenhum trabalhador seja prejudicado.”

Ouça a entrevista para a Rádio Brasil Atual