seca nas escolas

Na volta às aulas, falta de água preocupa e Apeoesp cobra plano de contingência

Escolas estaduais e municipais sofrem com desabastecimento; condições de trabalho podem ficar ainda mais prejudicadas, segundo sindicato dos professores

Edson Lopes Jr/A2AD

Com a volta às aulas na segunda-feira (2), unidades já relatam problemas, como o funcionamento precário de instalações

São Paulo – A crise hídrica, que começou no ano passado, não afeta apenas residências e comércios, mas as redes municipal e estadual de ensino, em São Paulo. Ainda em outubro do ano passado, 34 escolas municipais tiveram problemas. As escolas estaduais também sofreram com a falta de água no final do ano letivo.

O Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) recebe denúncias, por meio de um canal em seu site, sobre os problemas com a falta de água, dizsecretário de comunicação da Apeoesp, Roberto Guido, à repórter Anelize Moreira, da Rádio Brasil Atual, em entrevista feita hoje (5).

Fechamos o ano com problemas em Itu, em que escolas tiveram de ser abastecidas com caminhão-pipa. Lá, a escola estadual Dr. Cesário Motta denunciou que a água trazida pelo caminhão tinha um gosto insuportável, ‘imbebível’. Em Araras, tivemos escolas que ficaram sem água das 6 da manhã até as 18h, a maior parte do período de funcionamento da escola. Tivemos problemas em Guaianases e também em Guarulhos. Pelo menos, foram os problemas que chegaram ao conhecimento da Apeoesp”, afirmou Guido.

Já em 2015, com a volta às aulas na rede estadual na última segunda-feira (2), duas unidades já relataram problemas: na E.E. Salim Farah Maluf, na zona leste da capital, os bebedouros não possuem torneiras e a unidade é alimentada apenas por uma bomba, que funciona de forma precária, com vazamentos. A Apeoesp também recebeu relatos de desabastecimento na E.E. Roldão Lopes de Barros, na região da Ana Rosa, na zona sul da capital.

O secretário da Apeoesp afirma que as escolas ainda não funcionam a pleno vapor, pois muitas ainda passam pelo processo de atribuição de aulas e muitos alunos estendem as férias até o carnaval, mas que “na medida em que vai se estabelecendo o retorno às aulas e vai se agravando a crise hídrica no estado, infelizmente, vamos começar a ter um volume maior de denúncias”.

Segundo Guido, o sindicato irá reforçar o pedido da necessidade de um plano de contingência, para que as escolas saibam quando irá faltar água, e assim os gestores tenham condições de tomar as medidas preventivas para enfrentar o problema.

“As informações que as escolas estão recebendo são as mesmas que a sociedade está recebendo. Ou seja, a possibilidade de se ter até cinco dias sem abastecimento, rodízio e tudo o mais. É assustador, os professores estão extremamente temerosos. As escolas não estão preparadas para esse tipo de situação, esse é o fato.”

A reportagem da Rádio Brasil Atual entrou em contato com a Secretaria Estadual da Educação para saber sobre o plano de contingência e como as unidades vão se preparar diante da crise, mas não obteve resposta até o fechamento da matéria.

Ouça a reportagem completa da Rádio Brasil Atual: