crise orçamentária

Médicos do Hospital Universitário engrossam paralisação da USP, que já tem 21 dias

Greve é por tempo indeterminado e só serão atendidas emergências. Consultas e cirurgias eletivas deverão ser remarcadas

ADUSP

Zago adotou o congelamento dos salários, das aposentadorias e da contratação de professores e servidores

São Paulo – Os médicos do Hospital Universitário da Universidade de São Paulo (USP) aderiram hoje (16), ao meio-dia, à greve dos docentes e funcionários da instituição. Com a crise na universidade, o reitor Marco Antonio Zago adotou o congelamento dos salários, das aposentadorias e da contratação de professores e servidores até setembro, o que motivou a paralisação das categorias. Segundo a administração da USP, a medida busca reduzir o déficit orçamentário deste ano, previsto para R$ 1 bilhão, a R$ 570 milhões.

Entre 2009 e 2013, a massa salarial da USP cresceu 83%, enquanto os recursos financeiros aumentaram somente 50%. Dessa forma, os gastos com a folha de pagamento da universidade atingiram 100% do orçamento anual em 2013, e hoje chegam a 105%.

A adesão à greve que chega ao seu 21º dia foi decidida em assembleia e, segundo a funcionária do hospital e diretora do Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp), Rosane Meire Vieira, os 270 médicos que trabalham na unidade paralisaram os trabalhos.

A greve é por tempo indeterminado e só serão atendidas emergências. Consultas e cirurgias eletivas deverão ser remarcadas.

Os funcionários reivindicam 9,8% de aumento, mais 3% pelas perdas salariais anteriores. Além disso, os médicos do hospital universitário pedem a contratação de mais profissionais para as equipes e melhores condições de trabalho, com a reforma do hospital e a redução da jornada de trabalho de 36 para 30 horas semanais.

“Nossas reivindicações são unificadas, resolvemos aderir contra a instituição que disse que não dará nenhum aumento para nós. Precisamos de melhores condições de trabalho, porque o hospital universitário tem capacidade para atender 6 mil pessoas por mês e está fazendo até 23 mil atendimentos”, comparou.