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Em meio a greve de professores, Haddad anuncia aumento de 15,38% para piso salarial

Remuneração inicial para docentes com ensino superior e jornada de 40 horas atingirá R$ 3 mil. Todas as demais etapas da carreira receberão reajuste de 13,43%, percentual previsto desde 2011

Juliana Knobel/Folhapress

A expectativa da prefeitura é iniciar a incorporação gradual do reajuste no salário a partir do ano que vem

São Paulo – O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), assinou hoje (9) projeto de lei que aumenta o piso salarial dos professores em 15,38%, elevando a remuneração dos atuais R$ 2,6 mil a R$ 3 mil a partir deste mês. O reajuste será pago a título de abono. A expectativa do secretário municipal de Educação, Cesar Callegari, é iniciar a incorporação gradual do percentual a partir de 2015.

Os professores em outros níveis da carreira, incluindo 28.513 aposentados, receberão aumento de 13,43%, conforme anunciado em 2011. O reajuste representa um aumento de R$ 622 milhões na folha de pagamento da prefeitura. Com a o aumento, o salário final, após 25 anos de trabalho, chegará a R$ 8,8 mil. Os percentuais de reajuste valerão também para diretores escolares, supervisores e coordenadores pedagógicos.

No último dia 23, os docentes, representados pelo Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal (Sinpeem), entraram em greve contra o reajuste de 13,43%, alegando que o percentual não faz parte das negociações da campanha salarial deste ano. A categoria quer que a incorporação ocorra ainda em 2014 e cobra que o governo apresente prazos, com valores definidos para tal. O sindicato ainda não se pronunciou a respeito do anúncio de Haddad.

Segundo Callegari, não há “nenhuma possibilidade” de que a incorporação ocorra ainda neste ano. “É preciso ter responsabilidade com as contas do município. A administração municipal não é do prefeito, mas de toda a cidade”, disse.

“Esse aumento começará a ser incorporado para o conjunto da carreira do magistério em 2015, em proporção a ser definida e em uma velocidade anual que será negociada e acertada”, afirmou. “Essa iniciativa representa enorme esforço orçamentário da prefeitura, em um ano no qual que temos enfrentado dificuldades. Porém, devido a decisão de sempre priorizar a educação, a prefeitura está fazendo esse investimento na folha de pagamento.”

Outras categorias

O Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo pode levar a votação da categoria uma proposta de greve, em assembleia na próxima quarta-feira (14), dependendo do resultado de uma reunião entre dirigentes e representantes da prefeitura, marcada para a mesma data. Durante a negociação, ocorrerá um ato em frente à sede do Executivo, no centro da cidade, a partir das 14h.

De acordo com o sindicato, não foi apresentada proposta de aumento para os servidores, que têm data base em maio. Cada categoria profissional reivindica um percentual específico de reajuste, que será divulgado em nota na próxima segunda-feira (12). Ao todo, a prefeitura tem aproximadamente 212 mil servidores.

Os trabalhadores reivindicam mudança na lei salarial, que limita a 40% do orçamento os gastos da prefeitura paulistana com folha de pagamento. Em outros municípios, esse percentual alcança 56%, segundo o Sinpeem.