Aprimoramento

Universidade Aberta do Brasil oferecerá 168 cursos na cidade de São Paulo

Primeiras vagas abertas são para os cursos de Gestão Pública e Gestão Pública Municipal. Haddad oferece parceria a Alckmin para qualificação de professores da rede estadual e aguarda resposta

Jorge Andrade/Brazil Photo Press/Folhapress

Haddad espera que as universidades estaduais paulistas se integrem aos polos da Universidade Aberta

São Paulo – Os 18 polos da Universidade Aberta do Brasil em São Paulo, inaugurados hoje (11) pelo prefeito Fernando Haddad (PT), oferecerão 125 cursos de especialização, 12 de aperfeiçoamento e 31 de licenciatura, com prioridade para os professores da rede pública. Ao todo, serão 30 carreiras diferentes, ministradas por 12 universidades públicas de Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná e São Paulo, onde apenas as estaduais USP e Unicamp não participam. Até o final do ano outros 14 polos serão inaugurados, atingindo os 32 previstos no plano de metas do governo.

Todos funcionarão dentro dos Centros de Educação Unificados (CEUs) da cidade. Na primeira etapa, cada uma das 13 diretorias regionais de ensino já conta com pelo menos um polo, oferecendo cursos como educação para as relações etnicorraciais, ensino de filosofia, informática aplicada à educação e mídias na educação. As primeiras vagas abertas, até 28 de fevereiro, são para os cursos de Gestão Pública e Gestão Pública Municipal, voltado para profissionais com formação superior em qualquer área e vínculo com o setor público.

As seleções serão feitas pelas instituições que oferecem os cursos. Para as licenciaturas haverá processo seletivo igual ao praticado nas universidades. As ações fazem parte do programa de reforma da educação municipal, chamado Mais Educação São Paulo, lançado em outubro, que prevê uma série de alterações nas práticas escolares, com a adoção obrigatória, por exemplo, de lição de casa, provas bimestrais e boletins e ações para aperfeiçoamento e qualificação dos docentes.

“É uma pequena revolução o que está acontecendo, porque é uma aproximação da educação superior com a educação básica, usando o melhor equipamento que a cidade tem. É uma mudança de mentalidade importante que terá reflexos no médio e longo prazo”, disse Haddad. Ele afirmou que já iniciou conversas com o novo reitor da USP, Marco Antonio Zago, e acredita que a instituição também deva fazer parte da parceria.

O prefeito afirmou também já ter tido conversas com o governador Geraldo Alckmin (PSDB) para oferecer os cursos para professores de escolas estaduais sediadas no município. “Existe entusiasmo do estado. Estou aqui, em público, oferendo os CEUs credenciados como polos da Universidade Aberta do Brasil para formação de professores das escolas estaduais do município”, disse. “Acho essencial que município e estado estejam unidos. Já que nós temos equipamentos de qualidade como os CEUs vamos oferecer o programa para professores do estado.”

O recém-empossado ministro da Educação, José Henrique Paim, também participou do evento, em sua primeira viagem a São Paulo no novo cargo, assumido na última semana. Ele frisou que há grande interesse de Haddad e do secretário municipal de Educação, Cesar Callegari, em atuar em parceria com o governo federal. “Queremos aprofundar cada vez mais essa parceria para formação de professores. Para nós é um projeto que vai ser referência. O município está oferecendo uma estrutura bastante forte a partir dos CEUs e queremos que seja usada no seu limite”, disse.

PNE

No evento, o ministro afirmou que o Plano Nacional de Educação, que retorna hoje à Câmara dos Deputados depois das alterações no Senado, deve ser aprovado ainda no primeiro semestre deste ano. Ele evitou tomar partido sobre os textos aprovados pelas duas casas legislativas.

“Foi um debate muito importante. Acreditamos que o gotejo das estratégias do PNE vai resultar no melhor para a educação brasileira. Confiamos muito o processo que vai acontecer na Câmara, que ele vai representar um avanço para a educação brasileira.”

A meta 20, referente ao financiamento, foi a mais polêmica na tramitação. O texto inicial da Câmara previa 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para a educação pública. Já o texto do Senado suprimiu a especificação e fixou 10% do PIB para a educação.

“Já existe uma definição de 10% do PIB, agora vamos aguardar o posicionamento da Câmara. A maior parte do recurso vai para a educação pública, mas existem parcerias que não podem deixar de ser consideradas, como as que envolvem o Sistema S, o Ciência Sem Fronteiras e o ProUni. São ações que na nossa opinião deveriam ser consideradas, mas vamos respeitar o debate que será feito na Câmara.”

Paim afirmou que o adiamento para novembro da Conferência Nacional de Educação, inicialmente prevista para ocorrer em fevereiro, não deve prejudicar os debates sobre o plano.

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