Secretário da Educação diz que governo de São Paulo não faz escolas por falta de terreno

São Paulo – O secretário da Educação de São Paulo, Herman Voorwald, atribuiu à falta de terrenos disponíveis o fato de o governo não construir novas escolas no estado.  Voorwald chegou […]

São Paulo – O secretário da Educação de São Paulo, Herman Voorwald, atribuiu à falta de terrenos disponíveis o fato de o governo não construir novas escolas no estado.  Voorwald chegou a criticar o programa federal Minha Casa Minha Vida por somente construir casas e não prever as demais estruturas necessárias a uma comunidade.

“A necessidade é de construção de escolas, mas não tem terreno. Não faço mais escolas por falta de terreno. O país não planeja”, reclamou o secretário. Herman participou de uma audiência pública hoje (23), na Assembleia Legislativa, diante de cerca de 300 profissionais da educação.

O presidente da Comissão de Educação, deputado Simão Pedro (PT), concordou que falta planejamento das esferas de poder. Mas responsabilizou a falta de integração entre os planejamentos dos municípios e do estado para o setor. “As prefeituras precisam planejar e a Secretaria de Educação precisa interagir, senão a população vai sendo jogada para as regiões mais distantes e o sofrimento vai ficar maior”, disse.

Jornada do piso

A presidenta do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), Maria Izabel Noronha, o governo estadual por recorrer contra uma decisão do Tribunal de Justiça que determina que 33% da jornada dos educadores seja destinado para atividades fora da sala de aula. “A Justiça nos deu razão, mas a secretaria entrou com um instrumento protelatório, e a decisão virá do Superior Tribunal Federal”, explicou a dirigente.

Maria Izabel questionou  o não pagamento dos 10,2% de reajuste previstos para este ano. Segundo a presidenta da Apeoesp, o governo utilizou uma “manobra”, que acabou subtraindo do reajuste uma gratificação de 5%. “Quando o projeto de lei veio para cá, eles somaram o aumento com a GAM, então de aumento veio mesmo somente 5,2%”, explicou.

O secretário-geral do Sindicato dos Funcionários e Servidores da Educação (Afuse), João Marcos, reclamou também dos baixos pisos salariais oferecidos à categoria, que atualmente está firmada entre R$ 981 e R$ 1.137: “São Paulo é um dos estados mais ricos do país e o piso salarial é um dos mais baixos”.

Simão Pedro concordou que há desvalorização na categoria, mas preferiu adotar uma postura otimista. “Daquele desastre que foi a relação entre o ex-governador José Serra, que foi uma relação de truculência, nós avançamos muito para o processo de negociação. Temos que reconhecer isso, mas ainda não é suficiente”, disse.

A presidenta da Apeoesp informou que no dia 15 de junho será realizada assembleia dos profissionais de educação. “O que vai valer é nossa pressão na rua.”