No Senado, Haddad defende Enem e diz que vestibular é ‘sistema irracional’

Ministro da Educação defendeu a realização de mais de uma prova por ano para reduzir problemas

Haddad defendeu a punição dos responsáveis pelos problemas, mas pediu que as instituições, incluindo as gráficas envolvidas, sejam preservadas (Foto: Wilson Dias/Agência Brasil)

São Paulo – O ministro da Educação, Fernando Haddad, defendeu o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) como uma alternativa aos vestibulares tradicionais no Senado.  Ele participou nesta terça-feira (16)  de audiência da Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado.

Haddad classificou o Enem como “um projeto muito importante para a educação brasileira, que deve ser preservado” e que não há outro caminho para superar o “anacronismo” que é o vestibular tradicional. “Estou convencido de que não há outro caminho a seguir, não há alternativa a não ser insistir, (mesmo) com todos os problemas a enfrentar”, afirmou.

Para Haddad, é preciso superar a prática do vestibular tradicional, que obriga o aluno a pagar taxas de inscrição elevadas, a se deslocar pelo território nacional para fazer as provas e a usar sua nota especificamente para uma instituição. 

“Se não entendermos que o Enem é para democratizar o ensino, então vamos perder a essência do projeto”, defendeu. O ministro ressaltou que os 0,1% dos alunos prejudicados pelos erros gráficos da Prova Amarela terão a possibilidade de realizar uma nova prova, provavelmente em 4 de dezembro.

Haddad afirmou acreditar que somente a realização do exame mais de uma vez por ano poderá reduzir os riscos de falhas na elaboração da prova. “Com mais de uma edição anual, nós teríamos menos atropelos, mais tranquilidade, mais parceiros e mais empresas interessadas em colaborar com o setor público para a realização de um exame desta extensão”, avaliou. Ele frisou que as empresas contratadas têm de garantir o sigilo na execução das provas.

Preservar instituições

Para Haddad, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) “pagou um preço muito caro por um crime cometido contra a instituição”. Ao comentar as falhas registradas este ano no cartão de respostas e nas questões do caderno amarelo e também ao vazamento de provas do Enem em 2009, o ministro defendeu a punição de indivíduos envolvidos nos problemas, mas pediu que as instituições ligadas ao certame sejam preservadas.

“Indivíduos vão e vêm. As instituições não se recuperam. Precisam ser preservadas. Precisam ser olhadas à luz de sua história e do compromisso com a sociedade brasileira”, disse. “Estamos fazendo tudo o que nos cabe para superar essas questões pontuais”, acrescentou.

“Não há que se falar em responsabilização criminal e civil de ninguém do Inep. Todas as hipóteses foram levantadas. O fato concreto é que uma das maiores gráficas do país não foi capaz de zelar pela segurança”, disse.

“Não podemos colocar a reputação dessas empresas em dúvida em razão de um equívoco. Essas instituições fizeram seu melhor e continuam preparadas para o desafio. Nas 13 edições do Enem, não houve uma única em que não tivéssemos que enfrentar um problema técnico dessa natureza. Sempre há uma solução cabível que não o cancelamento da prova”, destacou.

Com informações da Agência Brasil

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