Alcance de média de escolaridade prevista na Constituição só será em 2015, diz Ipea

Meta refere-se a presença média mínima de oito anos na escola para a população jovem

Em 2009, média de estudo formal para brasileiros de 15 anos ou mais é de 7,5 anos (Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

São Paulo – Faltam cinco anos para que o país chegue ao nível de atendimento em educação pública previsto pela Constituição. Um estudo feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) concluiu que apenas em 2015 se espera que a população atinja a escolaridade média de oito anos. A análise baseia-se nos dados de 2009 da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No ano passado, a média de anos de estudo da população com mais de 15 anos de idade foi de 7,5. A ampliação anual foi de 0,14 ano de estudo entre 1992 e 2009. Esse crescimento ocorreu em níveis contrastantes nas regiões do país. No Sudeste o número corresponde ao previsto na Constituição Federal, enquanto o Nordeste possui uma média de 6,3.

A média também varia de acordo com as classes sociais, áreas urbanas e rurais, grupos étnicos e sexo. Os negros têm, em média, 1,7 ano de estudo a menos do que os brancos. A população urbana tem quase quatro anos de estudo a mais do que a rural. Na comparação de renda, os 20% mais pobres têm 5,5 anos de estudo, enquanto os mais ricos estudaram 10,7 anos.

Ensino Superior

O PNAD conclui que por conta desse défict, somente 14,4% dos jovens de 18 a 24 anos estavam matriculados num curso superior em 2009.

O acesso também é diferente em cada região. No Sul, 19,2% dos jovens nessa faixa etária frequentavam uma faculdade. No Nordeste o índice era inferior a 10%. Entre os jovens da zona rural, apenas 4,3% tinham acesso a cursos superiores, contra 18,2% da população que vive na cidade. Há também desigualdade no acesso entre negros e brancos, 8,3% e 21,3% respectivamente.

Com informações da Agência Brasil