Haddad compara problemas no Enem a falhas em urnas eletrônicas

Novo exame pode ser reaplicado em dezembro e calendário universitário será mantido, diz ministro

Fernando Haddad fala sobre as falhas na execução do Enem na Comissão de Educação da Câmara um dia depois de comparecer ao Senado (Foto: Wilson Dias/Agência Brasil)

Brasília – Em audiência na Câmara dos Deputados, o ministro da Educação, Fernando Haddad, voltou a afirmar nesta quarta-feira (17) que não está minimizando os problemas decorrentes de falhas na aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Ele defendeu que a reaplicação de provas poderá ocorrer no próximo mês.

A sessão ocoreru um dia depois de Haddad fornecer o mesmo tipo de explicação sobre o Enem ao Senado. As convocações foram aprovadas na semana passada.

“Se afetasse um aluno, o problema seria o mesmo. A questão é assegurar o direito individual. É um trabalho de pente-fino que o consórcio (responsável pela aplicação da prova) está fazendo. Não se trata da questão numérica. O universo parece circunscrito e, portanto, é factível publicar agora em dezembro um novo exame, o que permitirá divulgar o resultado em um prazo combinado com as universidades”, explicou.

Ao prestar esclarecimentos aos deputados, Haddad chegou a comparar o exame às eleições gerais realizadas no país em outubro. “Sempre há uma urna ou outra que não funciona, mas a operação é considerada exitosa. É nessa perspectiva que tem que ser visto o processo de transformação do ensino superior”, disse.

Enem em dezembro

Haddad defendeu que o Enem seja reaplicado em dezembro para os estudantes que se sentiram prejudicados pelas falhas de impressão. Isso permitirá que os resultados sejam divulgados no prazo acertado com as universidades federais que utilizarão as notas do exame para admissão de candidatos.

Durante audiência pública na Câmara dos Deputados, Haddad voltou a afirmar que a reformulação do Enem por meio do uso da Teoria de Resposta ao Item (TRI) é o único argumento que sustenta a ideia de reaplicar a prova somente para alunos que se sentiram prejudicados com os problemas registrados no cartão de respostas e no caderno amarelo.

“Até 2008, as edições não eram comparáveis entre si. Quando havia qualquer problema, o Enem era reaplicado sem que ninguém reivindicasse a realização de um exame para todas as pessoas”, disse. “Só que, agora, estamos munidos de uma tecnologia que tem aval internacional”, completou.

Para o ministro, a TRI permite localizar o problema, reaplicar a prova para os candidatos afetados e salvaguardar o calendário universitário. “No ano passado, ali sim, justificava o adiamento, porque afetaria totalmente as condições de isonomia. Foi cometido um crime”, afirmou, ao se referir ao vazamento de provas do Enem em 2009.

Fonte: Agência Brasil