Funcionários e estudantes conseguem impedir escolha de reitor da USP

Manifestação bloqueia entradas do prédio da reitoria e administração transfere votação para Memorial da América Latina, na Barra Funda

Um grupo de manifestantes impediu nesta terça-feira (10) a segunda rodada de votação para a escolha do novo reitor da Universidade de São Paulo (USP). Funcionários, estudantes e integrantes de movimentos sociais bloquearam as entradas do prédio da Reitoria, onde seria realizado o segundo turno.

Em nota, a Reitoria manifestou que a votação foi remarcada para esta quarta-feira  (11) no início da tarde. A reportagem foi informada de que o novo local da votação é a Biblioteca do Memorial da América Latina, na Barra Funda, o que rende à reitora Suely Vilela mais um feito raro na história da universidade: a escolha feita fora dos portões da Cidade Universitária, na Zona Oeste da capital paulista. 

Cogitava-se que o local escolhido seria o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), território militarizado e isolado da Cidade Universitária. Tem sido esse o local escolhido pela reitoria Suely Vilela para as reuniões do Conselho Universitário como forma de evitar a presença de manifestantes.

O Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp) informou que manterá os protestos. Magno Carvalho, presidente do Sintusp, espera que essa seja a última eleição para reitor da USP feita de forma indireta e considera que a atuação desta terça “foi um passo importante nesta luta”.

Escolha

As entidades representativas de estudantes, funcionários e professores querem a democratização da escolha do reitor. Atualmente, o primeiro turno tem uma pequena representatividade da comunidade universitária como um todo e elege oito nomes que seguem para a segunda rodada.

O número de votantes fica ainda mais restrito no segundo turno, com 320 integrantes de uma comunidade de mais de cem mil pessoas. Na maioria, são professores titulares, com décadas de carreira na universidade, com a participação de estudantes e de funcionários praticamente insignificante. Da votação sai uma lista com três nomes que são encaminhados ao governador José Serra, que escolhe o próximo reitor.

Além da mudança no sistema de escolha, professores, funcionários e estudantes querem mais democracia nos fóruns de decisão da USP. Atualmente, o poder está concentrado na mão de professores titulares.

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