Nova era

Prates indica técnicos e profissionais de carreira para a diretoria da Petrobras

Para Federação Única dos Petroleiros (FUP), além de capacidade técnica, Petrobras precisa de uma diretoria comprometida com reconstrução da empresa

Fernando Frazão/Agência Brasil
Fernando Frazão/Agência Brasil
Indicados para diretoria passarão por análises internas antes de serem submetidos ao conselho

São Paulo – O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, indicou ontem (2) os primeiros cinco nomes para a diretoria executiva da estatal. A lista é formada por nomes técnicos e quatro dos indicados têm carreira na própria companhia. Os indicados passaram por análises internas e, depois, serão submetidos ao Conselho de Administração da empresa. Além disso, resta a indicação de pelo menos mais quatro diretores, que passarão pelo mesmo processo.

  • Para a diretoria de Exploração e Produção, uma das mais importantes da companhia, a escolha recaiu sobre Joelson Falcão. Engenheiro mecânico pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com especialização em gestão, ele tem 31 anos de casa. Foi gerente geral da Bacia de Campos e gerente executivo de águas profundas e ultraprofundas. Atualmente, ocupa a a gerência executiva de Segurança, Meio Ambiente e Saúde da Petrobras.
  • William França deve ocupar a diretoria de Refino e Gás natural. Ele é engenheiro químico pela UFRJ, com especialização em gestão, e também formado em direito pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj). Foi gerente geral de quatro refinarias da Petrobras e também atuou como gerente executivo e diretor da Transpetro e da Transpetro Internacional.
  • Para a diretoria de Comercialização e Logística, Prates escolheu Claudio Schlosser, engenheiro químico com mais de 35 anos de experiência nas mais diversas áreas de processamento, comercialização e logística de petróleo e derivados, tendo comandado 13 refinarias, além de outras unidades estratégicas da Petrobras.
  • Carlos Travassos, com mais de 33 anos de Petrobras, será o diretor de Desenvolvimento da Produção. O único nome de fora da empresa é Carlos Augusto Barreto, com passagens pelo Federal Reserve (FED), Banco Mitsubishi e IBM, indicado como diretor de Transformação Digital e Inovação.

Comprometimento

Para a Federação Única dos Petroleiros (FUP), além de capacidade técnica, a Petrobras precisa de uma diretoria comprometidos com o projeto de reconstrução da empresa. Desse modo, a entidade afirmou, em nota, que vai continuar cobrando do governo a adoção de medidas que considera importantes para o fortalecimento da empresa pública como indutora do desenvolvimento econômico e social do país.

“Acompanharemos a gestão de Jean Paul Prates e vamos cobrar permanentemente a implantação dessas propostas”, afirmou o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar. “Para que a Petrobrás volte a ser uma empresa integrada, atuando em todo o território nacional e valorizando seus trabalhadores e a indústria nacional, muitas mudanças terão que ser realizadas na companhia”, acrescentou.

Desse modo, a entidade da categoria reivindica melhoria de direitos dos trabalhadores e recuperação de perdas salariais e previdenciárias dos petroleiros. Além disso, requer a recomposição do efetivo da empresa, via concursos públicos.

A FUP defende ainda o fim da política de Preço de Paridade de Importação (PPI), que a companhia pratica desde 2016. Assim, para conter a alta nos preços dos últimos anos, os petroleiros defendem que a Petrobras considere os custos de produção em real, pondo fim à dolarização.

Também querem a suspensão dos processos de privatização de ativos da Petrobras e a retomada dos investimentos em refino, com aumento do conteúdo nacional nas encomendas da empresa, fortalecendo a cadeia nacional de fornecedores. Não menos importante, destacam também a necessidade de investir na transição energética, revitalizando o programa de biocombustíveis e buscando outras fontes mais limpas.

Mercado repercute positivamente

Agentes do mercado ligados ao setor, por outro lado, elogiaram as escolha de Prates. Os nomes técnicos sugerem que futuras mudanças na condução da empresa – como a alterações na política de preços e distribuição de dividendos – devem ocorrer de maneira “gradual“. Na tarde desta sexta-feira (3), as ações preferencias da Petrobras subiam cerca de 1% na Bolsa de Valores de São Paulo (B3).


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