Mobilização

Petroleiros fazem paralisação nacional contra privatizações na Petrobras

Trabalhadores da Petrobras também aprovam estado de greve para impedir que atual gestão bolsonarista avance na venda de ativos

Divulgação/FUP
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Após aprovação do estado de greve, petroleiros podem parar as atividades imediatamente, caso a direção da Petrobras insista na privatização dos ativos

São Paulo – Trabalhadores da Petrobras realizam paralisação nacional nesta sexta-feira (24) contra a venda de ativos da estatal. Os petroleiros atrasaram o início do expediente e realizaram assembleias para aprovar estado de greve. Todos os 13 sindicatos filiados à Federação Única dos Petroleiros (FUP) realizaram atos. O protesto também é contra a permanência de gerentes na estatal alinhados ao governo anterior.

No início do mês, o Ministério de Minas e Energia (MME) determinou a suspensão por 90 dias da venda de ativos da companhia, em razão da reavaliação da atual Política Energética Nacional (PNE). Na semana passada, no entanto, a direção da Petrobras decidiu manter a privatização de ativos com contratos já assinados.

A direção da Petrobras ainda é composta por indicados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. Os novos diretores tomam posse apenas no fim do mês. Somente no fim de abril, com a eleição do novo Conselho de Administração, é que o governo Lula vai tomar definitivamente as rédeas da estatal.

“Dia de paralisação nacional em todas as bases do sistema Petrobras, contra a gestão bolsonarista que ainda está na estatal e precisa já ir embora. E contra a privatizações que ainda ainda seguem, por conta dessa gestão. As paralisações estão sendo realizadas desde a Refap (Refinaria Alberto Pasqualini), no Rio Grande do Sul até o Amazonas”, afirmou o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar. Ele afirmou que a intenção da categoria é pressionar o governo Lula “à esquerda”, de modo a garantir a aplicação do programa vencedor nas urnas.

Ativos na mira

Dentre esses ativos que a direção da Petrobras pretende se desfazer, está a refinaria Lubrificantes e Derivados de Petróleo do Nordeste (Lubnor), no Ceará. O pré-contrato com a empresa Grepar Participações foi assinado em maio do ano passado, no valor de US$ 34 milhões, cerca da metade do seu valor de mercado. As privatizações em curso também incluiem os polos de exploração de petróleo Norte Capixaba, Golfinho e Camarupim, no Espírito Santo. E e os polos Pescada e Potiguar, no Rio Grande do Norte.

Os petroleiros afirmam que os diretores bolsonaristas “correm contra o tempo” para tentar concluir as privatizações em curso e boicotam as propostas de reconstrução da empresa. “O recado está sendo dado. A categoria seguirá mobilizada, exigindo um basta às privatizações que continuam sendo tocadas de forma velada pela gestão bolsonarista, que ainda permanece e insiste em tirar a Petrobrás do povo brasileiro”, afirmou o diretor de comunicação da FUP, Tadeu Porto.

Nesse sentido, representantes da FUP estiveram ontem (23) em Brasília conversando com ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha. Os petroleiros solicitaram que o governo federal volte a cobrar os conselheiros que representam a União para que votem pela suspensão das privatizações. Mesmo que eles tenham sido indicados por Bolsonaro, devem seguir a orientação da nova gestão, ressaltaram.

Estado de greve

De acordo com a FUP, em todas as assembleias realizadas até o momento, os petroleiros aprovaram o estado de greve. A consulta aos trabalhadores prossegue até 7 de abril, para que os profissionais que trabalham em turnos de revezamento, em prédios administrativos ou embarcados e em regimes especiais possam votar. Após aprovação do estado de greve, os trabalhadores podem decidir nova paralisação imediatamente, caso a direção da Petrobras insista na privatização dos ativos.

Com informações da FUP


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