Parar o desmonte

FUP pede fim da terceirização em centro de pesquisas da Petrobras e outras unidades

Petroleiros alertam para o alto risco da colocação de trabalhadores terceirizados em operação de funções estratégicas

GOVRJ/Divulgação
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Petroleiros querem a realização de concursos para preencher vagas ocupadas por terceirizados

São Paulo – A Federação Única dos Petroleiros (FUP) solicitou à direção da Petrobras a “suspensão imediata” dos processos de terceirização de unidades da empresa. Em especial, os petroleiros querem o fim das terceirizações que afetam o Centro de Pesquisas, Desenvolvimento e Inovação Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes), no Rio de Janeiro. Assim, em ofício enviado nesta quarta-feira (1º), eles cobram da nova gestão da estatal o retorno dos concursos públicos.

“Não é cabível avançar no processo de terceirização no apagar das luzes, sem qualquer orientação nem atenção às prioridades estratégicas do novo governo e da nova gestão da empresa”, disse a FUP, em nota.

A entidade denuncia que o processo de terceirização nas unidades da Petrobras avançam desde o golpe do impeachment contra a então presidenta Dilma Rousseff.

O Cenpes inclui diversos laboratórios e até mesmo uma “mini-refinaria”. Nesse sentido, o Sindicato dos Petroleiros do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ), emitiu seguidos alertas quanto ao risco da colocação de trabalhadores terceirizados em funções críticas.

“São medidas totalmente irresponsáveis numa área operacional onde, sabidamente, é requerida formação e expertise, para lidar com situações de risco como alimentação elétrica e produtos químicos”, afirmou o Sindipetro-RJ, na semana passada.

Biocombustíveis e energia renovável

Na última quinta-feira (26), o Conselho de Administração da Petrobras confirmou o nome de Jean Paul Prates para assumir o comando da estatal. Ele deve indicar os nomes para compor a diretoria e o conselho da empresa ainda nesta semana.

Outra demanda dos petroleiros é que a nova gestão cancele o processo de privatização da Petrobras Biocombustível (PBio). Trata-se de uma das maiores empresas de biocombustível do país, com unidades unidades em Minas Gerais, Bahia e Ceará. Juntas, possuem capacidade produtiva de 580 mil metros cúbicos de biocombustível por ano.

Em mensagem aos trabalhadores da empresa na semana passada, Prates enfatizou a necessidade de inserir a Petrobras no processo de transição energética. “Trabalharemos para que a Petrobras siga sua jornada no petróleo e no gás, mas também trilhe novos caminhos perseguindo a descarbonização”, em vídeo enviado aos petroleiros. Ele ressaltou a necessidade da estatal abrir “novos horizontes”, e citou os “bioprodutos” e “outras fronteiras de energia renovável”.

Na contramão da atuação das grandes petrolíferas internacionais, no entanto, o governo Bolsonaro anunciou a privatização da PBio ainda em 2020. Nesse sentido, o objetivo era gerar caixa e ampliar a distribuição de dividendos com a venda de ativos, com foi a tônica da empresa nos últimos anos.


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