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Como novo ministro da Indústria, Alckmin cita Juscelino, fala em desenvolvimento e governo integrado

Vice-presidente e ministro do MDIC fala de parcerias com Ciência e Tecnologia, Relações Exteriores, Meio Ambiente e BNDES como essenciais para a reindustrialização do país

Reprodução/Youtube
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Segundo Alckmin, Brasil perdeu complexidade econômica e isso se reflete na primarização das exportações

São Paulo – O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, assumiu nesta quarta-feira o cargo de ministro da Indústria e Comércio Exterior do novo governo de Luiz Inácio Lula da Silva. “A hora é de união e de reconstrução. O esforço de reindustrializar o Brasil, aperfeiçoar a agroindústria agregando valor e incluir trabalhadores na economia não são tarefas episódicas, mas uma obra de todo o governo”, anunciou. De acordo com ele, a reindustrialização do Brasil é essencial para a retomada do desenvolvimento sustentado com justiça social.

A ideia de um governo trabalhando em conjunto e integrado tem perpassado os discursos dos ministros, como foi o caso de Ana Moser, no Esporte, também hoje. Nesse contexto, com a presença de Lula na cerimônia, Alckmin destacou o papel dos ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação, além do Ministério de Relações Exteriores, nessa necessária integração. O presidente não discursou.

Citou nominalmente os ministros Luciana Santos e Mauro Vieira como chefes desses ministérios, e comentou a importância do Itamaraty no estabelecimento de relações diplomáticas que fomentem o comércio exterior, fundamental para a indústria.

Parceria com Marina Silva

Também discorreu sobre a importância da parceria com Marina Silva, ministra do Meio Ambiente, para “assegurar a competitividade no comércio mundial”, no atual cenário em que se impõe como imperativa a redução da emissão de gases de efeito estufa da produção com carbono.

Segundo o ministro, o Brasil “perdeu complexidade econômica e isso se reflete na primarização da pauta exportadora”. Os principais produtos de exportação para a China, maior parceiro comercial brasileiro, disse Alckmin, são a soja, o minério de ferro e o petróleo, que respondem por 75% do que é vendido àquele país. Ele defendeu que a exportação deve valorizar o Brasil não só como potência agroambiental, “mas também como país que exporta aviões, produtos farmacêuticos, máquinas e serviços de TI”.

O papel do BNDES

O ministro e vice-presidente também enfatizou o papel do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e de seu presidente, Aloizio Mercadante, no novo projeto nacional. “O novo MDIC traz o BNDES para perto, e isso representa enorme avanço. O Banco é vital para políticas estruturadas de desenvolvimento”, disse. Segundo ele, o fortalecimento do BNDES é fundamental.

Alckmin frisou ser urgente a reversão da desindustrialização precoce do país. Apesar de representar apenas 11% do PIB, afirmou Alckmin, a indústria de transformação aporta 69% do investimento em pesquisa e desenvolvimento brasileiros. Responde ainda por 29,5% da arrecadação tributária. “Ou o país retoma o desenvolvimento industrial, ou não retomará o caminho da distribuição de renda”, alertou.

O ministro do MDIC também disse que, para ser competitivo, o país precisa importar, e para isso tem de ter uma agenda de apoio a micro e pequenas empresas.

Lula e Juscelino

O vice-presidente e ministro afirmou que Lula “é o único capaz de liderar o corajoso projeto” de desenvolvimento. “O governo não foi eleito apenas pela saudade de um tempo que o Brasil crescia com inclusão. Foi eleito também pela esperança do povo brasileiro de que, juntos, podemos fazer ainda mais e melhor.”

Muito aplaudido na posse na pasta da indústria, Alckmin prometeu “dedicação integral a uma agenda que contribua para reverter os resultados inaceitáveis que a economia vem acumulando nos últimos anos.” Ele lembrou a criação do MDIC em 1960, no contexto do governo Juscelino Kubitschek e seu Plano de Metas de “50 anos em 5”. “Que venham dias de crescimento e justiça social”, exortou.

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