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Bolsonaro é o maior culpado pela inflação, segundo pesquisa PoderData

O presidente é responsabilizado por 42% dos entrevistados. Para 18%, a culpa é dos governadores. A pandemia de covid-19 foi citada por 16% e guerra, por 9%.

Reprodução/Twitter
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Itens de supermercados estão entre os que tiveram maior alta, segundo os participantes da pesquisa

São Paulo – O presidente Jair Bolsonaro (PL) é o maior culpado pela inflação, conforme aponta pesquisa PoderData divulgada nesta sexta-feira (27). Dos 3 mil entrevistados ouvidos dos dias 22 a 24, 42% culpam Bolsonaro pela disparada de preços no Brasil. A inflação no país (IPCA-IBGE), que está na casa dos 12,13% no período acumulado de 12 meses, é a maior desde outubro de 2003, primeiro ano do primeiro governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Para 18% do entrevistados, a culpa é dos governadores. A pandemia de covid-19 foi citada por 16%, e a guerra entre a Rússia e a Ucrânia, por 9%.

Entre os que aprovam o governo de Bolsonaro, a tendência é culpar os governadores pelo atual cenário. Dos entrevistados que estão nesse grupo, 38% fazem essa afirmação. Entre os que desaprovam o governo bolsonarista, 68% citam o presidente como responsável. Pesquisa divulgada ontem (26) pelo mesmo instituto de pesquisa mostra que 54% da população brasileira reprova o atual governo.

São os mais pobres (46%) e os moradores da região Nordeste (47%) os que mais culpam Bolsonaro pela carestia. No Norte, está a maior parcela dos que responsabilizam os governadores pela inflação (33%).

A pesquisa mostra também que para 76% da população a vida foi prejudicada pela alta recente dos preços. Os que não percebem os aumentos são só 1%, enquanto que 20% dizem que esse fator não os prejudica. Ainda há 3% que não souberam como responder o levantamento. Seguindo a tendência da primeira pergunta, os mais pobres (80%) e os moradores do Nordeste (81%) são os que mais relatam prejuízos com a inflação.

Entre os mais ricos, 3% dizem não ter percebido nenhum aumento nos preços, enquanto 66% se sentem prejudicados.

Segundo o instituto, os dados tendem a refletir o embate entre Bolsonaro e os gestores estaduais. Desde o início do governo, Bolsonaro responsabiliza governadores pelo desemprego, pelos preços da gasolina e do diesel e pelo ICMS. A briga é ainda maior com os governadores do Nordeste.

Os itens mais caros mencionados na pesquisa são as compras de supermercado, conforme 47%, e os combustíveis e transportes, para 27%. Esse item era queixa de 9% dos entrevistados na pesquisa anterior. E para 19% o que mais encareceu foram as contas de água e luz, o que era para 38%. Segundo dados da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), os preços do diesel e da gasolina estão em patamares recordes.

A pesquisa foi realizada por meio de ligações para celulares e telefones fixos em 301 municípios nas 27 unidades da federação. A margem de erro é de 2 pontos percentuais. O intervalo de confiança é de 95%. O registro no TSE é BR-05638/2022.