Sem controle

Com economia parada e inflação disparada, taxa de juros tem sétima alta seguida. E vai subir mais

Desde março, taxa básica subiu quase cinco vezes. Agora, chegou a 9,25% ao ano. Copom adianta que vai manter a “estratégia”

EBC
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Copom vem promovendo sucessivas altas dos juros, mas a inflação continua subindo

São Paulo – Ao confirmar as expectativas do “mercado”, o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, levou a taxa de juros ao maior nível desde 2017. E, assim como na reunião anterior, promoveu a maior alta em 20 anos: com mais 1,50 ponto percentual, a Selic chega agora a 9,25% ao ano. Foi a sétima elevação seguida, em decisão unânime, no encerramento da última reunião de 2021, no início da noite desta quarta-feira (8).

No comunicado divulgado logo depois da decisão, o Copom anuncia que o “aperto monetário” deve continuar, em busca do processo de “desinflação”. E já prevê nova alta, “da mesma magnitude”, na próxima reunião, em fevereiro.

Em março, a taxa básica de juros estava em 2%. Assim, ao longo do ano o Copom aumentou a Selic em quase cinco vezes. Mas a inflação segue sem dar trégua, perto dos 11% ao ano. Na próxima sexta-feira (10), o IBGE divulga o IPCA e o INPC de novembro.

Ao mesmo tempo, o BC tem limites na sua atuação, uma vez que a economia brasileira mostra estagnação, como se viu na divulgação do PIB do terceiro trimestre, na semana passada. Indicadores de produção industrial e do comércio também mostram resultados ruins. Hoje, por exemplo, o IBGE informou que o volume de vendas no comércio varejista variou -0,1% de setembro para outubro, após dois meses de retração. Inflação alta e renda em queda ajudam a explicar o resultado negativo.

No comunicado de hoje, o Comitê aponta “evolução moderadamente abaixo da esperada” na atividade econômica. Além disso, “a inflação ao consumidor continua elevada”.


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