Questão fundamental

Candidatos em 2022 precisarão debater mudança na política de preços da Petrobras

Diretor do Dieese afirma que manutenção dos valores praticados pela empresa respinga na inflação

Tomaz Silva/Agência Brasil
Tomaz Silva/Agência Brasil
Lula tem criticado a política de preço da Petrobras e já disse que não há explicação para manter uma política de preços internacionais num país autossuficiente

São Paulo – Os preços dos combustíveis no Brasil serão uma pauta importante durante as eleições presidenciais de 2022, principalmente a alteração na política da Petrobras. A análise é do diretor adjunto do Dieese, José Silvestre, em entrevista ao Jornal Brasil Atual, nesta terça-feira (7).

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, inclusive, tem criticado a política adotada pela estatal e já disse que não há explicações para manter preços ancorados internacionalmente num país autossuficiente na produção de petróleo. “Certamente, teremos candidatos que não vão defender uma mudança na política de preço da Petrobras, o que é uma burrice. Não tem explicação economia e social manter esse método, pois a empresa tem um papel estratégico no país”, afirmou.

Bolsonaro e Petrobras

Depois do presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmar que a Petrobras iria diminuir os preços nos próximos dias, a estatal divulgou comunicado afirmando que não antecipa decisões sobre reajustes nos valores dos combustíveis. A empresa também negou que haja uma decisão tomada a respeito.

“Ele (Bolsonaro) começa mentindo sobre a questão da redução dos combustíveis, esta é a política da Petrobras desde o golpe contra Dilma. O preço do petróleo teve queda nas últimas semanas, e mesmo assim não se refletiu nos preços internos. Em 2021, o preço nas refinarias subiu 74% e isso tem impacto nos preços”, disse o diretor do Dieese.

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM), órgão que regula o mercado de capitais no Brasil, abriu novo processo para investigar Bolsonaro. Segundo Silvestre, o presidente não pode ter acesso à informação privilegiada e aumenta os problemas da empresa.

“No ano que vem, os candidatos que possuem algum projeto de desenvolvimento, precisarão resgatar a política da Petrobras mais favorável à sociedade”, acrescentou o diretor adjunto.

Confira a íntegra da entrevista