Vida difícil

Renda do trabalho na região metropolitana de São Paulo cai. Pobreza e desigualdade crescem

Na média, famílias perderam quase um quarto de sua renda em 2020. Quem conseguiu permanecer no emprego perdeu menos

Rovena Rosa/Agência Brasil
Rovena Rosa/Agência Brasil
Queda na renda foi generalizada, aponta Seade. Região metropolitana perdeu quase 1,4 milhão de postos de trabalho em 2020

São Paulo – A renda média do trabalho caiu 8% de 2019 para 2020 na região metropolitana de São Paulo, segundo a Fundação Seade. Essa queda atingiu “todos os segmentos populacionais e toda as formas de inserção no mercado de trabalho”. As consequências foram aumento da pobreza e da desigualdade.

De acordo com o estudo da fundação, vinculada ao governo estadual, somadas as reduções da ocupação e do rendimento, “o impacto sobre a renda domiciliar per capita foi forte, com redução de 23% no período”. Com isso, mais da metade das famílias na Grande São Paulo teve menos recursos em 2020.

Auxílio emergencial

Foram 1,37 milhão de ocupados a menos no ano passado. Ao mesmo tempo, a renda per capita passou de R$ 1.614 para R$ 1.242. “As famílias que receberam o auxílio emergencial já tinham renda per capita menor em 2019 e foram mais afetadas pela crise em 2020″, diz o Seade. “Sua renda média por pessoa diminuiu 25%, chegando a R$ 779, menos da metade da renda per capita das famílias que não receberam o auxílio (R$ 1.680).”

Dessa forma, no ano passado, 59% das famílias viram a renda diminuir. “Este empobrecimento deveu-se a uma redução expressiva na parcela de famílias com renda igual ou maior do que um salário mínimo per capita.

Queda generalizada

A queda na renda do trabalho foi generalizada, aponta o estudo. Mas quem permaneceu no mesmo trabalho teve perda menor, de 9,9%. Já os que mudaram sofreram redução de 18,1%. A diferença entre os que não mudaram e os que saíram do emprego foi de 71%, ante 56% em 2019.

Quem permaneceu em postos assalariados sofreu redução de 7%, em média, para R$ 2.694. Já os que trabalhavam por conta própria tiveram queda na renda real de 15%, para R$ 1.966. Com isso, a diferença entre os dois grupos subiu de 19% para 26%.

A renda das mulheres (R$ 2.016) caiu bem mais que a dos homens (R$ 2.721): 11% e 6%, respectivamente. No recorte por escolaridade, a redução geral foi de 10%. “Como diferencial, houve retração maior da renda média entre pessoas não negras do que entre as negras, mas estas permaneceram ganhando, em média, 77% da remuneração das não negras.”


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