Pressão das ruas

Centrais exigem auxílio de R$ 600 e criticam governo por querer encobrir denúncias

Sindicalistas apontam valor “irrisório” e afirmam que governo mostra descompromisso com bem-estar da população e com o desenvolvimento

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'Bolsonaro usa a miséria, para a qual empurrou a população mais vulnerável, para encobrir a profunda crise que atinge seu mandato genocida', afirmam sindicalistas

São Paulo – O presidente da República usa “convenientemente” o anúncio da prorrogação do auxílio emergencial para tentar desviar a atenção das denúncias de corrupção que atingem o seu governo, afirmam centrais sindicais em nota divulgada nesta terça-feira (6). Ainda assim, mantém o valor de apenas R$ 250, quando o mínimo deveria ser de R$ 600, como na primeira fase do pagamento, no ano passado.

“Assim, Bolsonaro usa a miséria, para a qual empurrou a população mais vulnerável, para encobrir a profunda crise que atinge seu mandato genocida”, dizem os sindicalistas. A nota é assinada por CSB, CTB, CUT, Força Sindical, Nova Central e UGT. Para os dirigentes, ainda que com valor insuficiente, o presidente “mostra ter sentido a forte pressão do movimento sindical, no Parlamento e nas ruas, pelos 600 reais”.

Descompromisso

Para as centrais, ele “mostrou todo seu descompromisso com o bem-estar do povo e o desenvolvimento do país quando, em setembro de 2020, cortou pela metade o valor do auxílio”. Além disso, interrompeu o pagamento por quatro meses e, ao retomá-lo, fixou “valor irrisório” de R$ 250 – e para menos pessoas.

:: Com taxa recorde, país se aproxima de 15 milhões de desempregados e 6 milhões de desalentados ::

“Enquanto os países que têm superado a pandemia e a crise econômica fazem a opção pela expansão monetária, oferta de crédito aos negócios, garantia do auxílio, seguro desemprego, taxação dos ricos, no Brasil, o auxílio tem sido usado pelo governo como moeda política e eleitoral”, acrescentam.

Confira a íntegra da nota:

Auxílio emergencial de 600 reais mensais até o fim da pandemia

As Centrais Sindicais exigem que o auxílio emergencial seja de 600 reais mensais até o fim da pandemia e para todos e todas que precisam.

O governo Bolsonaro, ao anunciar a prorrogação por prazo e valor insuficientes, nesta segunda-feira (05/07), mostra ter sentido a forte pressão do movimento sindical, no Parlamento e nas ruas, pelos 600 reais.

Convenientemente, o presidente usa o anúncio da prorrogação do auxílio de apenas 250 reais por três meses para esconder denúncias de corrupção que atingem seu governo e trazem à tona seu próprio nome em casos de prevaricação em contratos para a compra de vacinas, em meio às revelações da CPI da Covid.

Assim, Bolsonaro usa a miséria, para a qual empurrou a população mais vulnerável, para encobrir a profunda crise que atinge seu mandato genocida.

Enquanto os países que têm superado a pandemia e a crise econômica fazem a opção pela expansão monetária, oferta de crédito aos negócios, garantia do auxílio, seguro desemprego, taxação dos ricos, no Brasil, o auxílio tem sido usado pelo governo como moeda política e eleitoral. O auxílio emergencial de 600 reais que vigorou entre abril e agosto de 2020 foi uma conquista do movimento sindical e dos partidos de oposição, que evitou a fome para quase 70 milhões de brasileiros.

Bolsonaro mostrou todo seu descompromisso com o bem-estar do povo e o desenvolvimento do país quando, em setembro de 2020, cortou pela metade o valor do auxílio e, em 2021, além de ter demorado a retomar (o auxílio ficou suspenso por quatro meses), quando o fez determinou o valor irrisório de R$ 250,00 e para menos pessoas.

Tais manobras não nos enganam e não vamos esmorecer! A pressão seguirá cada vez mais forte, alimentada pelas mobilizações nas ruas, nos locais de trabalho e no Parlamento pelos os 600 reais mensais até o fim da pandemia, para todos e todas que necessitam.

#ForaBolsonaro #600ContraFome

São Paulo, 06 de julho de 2021

Sérgio Nobre, presidente nacional da Central Única dos Trabalhadores – CUT

Miguel Eduardo Torres, presidente da Força Sindical – FS

Ricardo Patah, presidente da União Geral dos Trabalhadores – UGT

Adilson Gonçalves de Araújo, presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – CTB

Antonio Neto, presidente da Central dos Sindicatos Brasileiros – CSB

José Reginaldo Inácio, presidente da Nova Central Sindical de Trabalhadores – NCST