Desafio

Com emprego estável no primeiro trimestre, São Paulo perde 1,8 milhão de vagas em um ano

Estado praticamente segue o movimento do mercado de trabalho no país. Tem 23,8% da força de trabalho e dos ocupados, e 23,5% dos desempregados

Sind. Comerciários SP
Sind. Comerciários SP
Mutirão de emprego promovido pelo Sindicato dos Comerciários de São Paulo em 2019: economia ainda em busca de recuperação

São Paulo – Estável no primeiro trimestre, a força de trabalho no estado de São Paulo se reduziu em 1,4 milhão de pessoas em relação a igual período de 2020. A queda emprego em São Paulo se deu “devido à retração da ocupação causada pela pandemia de Covid-19 e pelas restrições para a busca por trabalho”, aponta a Fundação Seade. Nesta sexta (4), a entidade, vinculada ao governo paulista, divulgou análise dos dados da Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílios (Pnad) Contínua, do IBGE.

Dos 14,8 milhões de desempregados estimados no país, aproximadamente 3,5 milhões são do estado de São Paulo, crescimento de 12,7% em um ano (mais 393 mil). Destes, 1,9 milhão concentram-se na região metropolitana, sendo 1 milhão apenas na capital. A taxa de desemprego manteve-se em 14,6%, próxima da nacional (14,7%).

Ocupados são 20 milhões

São aproximadamente 20,4 milhões de ocupados no estado. Esse número ficou praticamente estável em relação ao último trimestre de 2020 (0,4%, acréscimo de 90 mil), mas caiu 8,2% em um ano. Isso corresponde a 1,8 milhão de ocupados a menos. Em todo o país, a perda foi de quase 6,6 milhões.

No trimestre, o setor de serviços tem 173 mil ocupados a mais, a indústria tem 84 mil e a construção civil, 12 mil. A ocupação cai no comércio (-153 mil) e na agricultura (-22 mil). Na comparação com o início de 2020, nenhum setor cresce. O segmento de serviços em alojamento e alimentação, por exemplo, tem queda de 31%: 396 mil pessoas a menos. A atividade que reúne comércio e reparação de veículos perde 403 mil (-10,3%).

Contribuição à Previdência

“Vale notar que houve um acréscimo de 428 mil ocupados com contribuição à previdência social (2,9%) e decréscimo de 338 mil ocupados sem essa contribuição (informais)”, diz o Seade, referindo-se à variação entre o último trimestre do ano passado e o primeiro deste ano. Por outro lado, a chamada taxa de subutilização da mão de obra cresceu – de 25,1% para 25,9%.

Nestes últimos três meses, a ocupação cresceu no município de São Paulo, com mais 139 mil pessoas no mercado. Já no interior e no litoral, houve redução (menos 194 mil ocupados). A taxa de desemprego caiu na capital, para 15,6%, enquanto a das demais regiões aumentou, embora seja menor (13,4%).

De acordo com os dados do IBGE, São Paulo tem 23,8% da força de trabalho do país (23,936 milhões) e também dos ocupados (20,447 milhões). E 23,5% dos desempregados (3,489 milhões).

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