Em alta

Copom sobe mais uma vez a taxa de juros, ao maior nível em 15 meses

Selic foi a 4,25% ao ano. Segundo o Banco Central, economia se recupera, mas inflação preocupa

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De acordo com economistas e com membros do governo federal, não se justifica a manutenção da taxa Selic no atual patamar de 13,75%

São Paulo – O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu pela terceira vez seguida aumentar a taxa básica de juros, a Selic. Desta vez, a alta foi de 0,75 ponto percentual, para 4,25% ao ano. Decisão unânime e sem surpresa, a não ser pela magnitude da elevação, anunciada no início da noite desta quarta-feira (16). É a maior taxa desde março do ano passado.

Provável elevação da taxa de juros deve agravar a crise econômica

Assim, no informe publicado logo depois do encerramento da 239ª reunião que elevou a taxa de juros, o Copom afirma que indicadores mostram recuperação da atividade econômica acima do previsto e redução significativa de riscos. Por outro lado, diz ainda o comitê, a pressão inflacionária “revela-se maior que o esperado”.

Juros x inflação

De agosto de 2019 a setembro de 2020, a taxa básica foi sendo reduzida. Nesse período, foi de 6,50% para 2%, patamar em que permaneceu até março. Com isso, desde então, retomou o caminho de alta: 2,75%, 3,50% e, agora, 4,25%.

Em junho do ano passado, a inflação oficial (IPCA, calculada pelo IBGE) somava 2,13% em 12 meses. Em maio último, estava acumulada em 8,06%.

Aumento nefasto

Para a Força Sindical, o aumento é “nefasto” e desnecessário. “Juros altos que seguem na contramão da produção, do crédito, do consumo e da geração de empregos”, afirma a central.

O colegiado se reunirá novamente em 3 e 4 de agosto. A expectativa é de nova alta da taxa básica.