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Áreas de alimentos e petróleo levam produção industrial à terceira queda mensal seguida

Atividade sobe bastante em relação a abril de 2020, mas comparação é prejudicada pelo fraco desempenho no ano passado

Andre Motta de Souza/Petrobras
Andre Motta de Souza/Petrobras
Atividade industrial petrolífera contribuiu para o resultado negativo de abril, mas em 12 meses produção brasileira tem resultado levemente positivo

São Paulo – A produção industrial caiu 1,3% de março para abril, na terceira queda seguida, segundo o IBGE. Nesses três meses, acumula queda de 4,4%. Mas na comparação com abril do ano passado, a atividade subiu 34,7%, na maior taxa da série histórica, iniciada em 2002. De acordo com o instituto, que divulgou os resultados nesta quarta-feira (2), a produção acumula alta de 10,5% no ano e de 1,1% em 12 meses. Está 1% “abaixo do patamar pré-pandemia”, aponta o IBGE.

O expressivo resultado da comparação com abril de 2020 ocorreu, em boa medida, pelo desempenho ruim de um ano atrás. Como diz o IBGE, “os resultados positivos elevados evidenciam a baixa base de comparação, já que em abril de 2020 o setor industrial recuou 27,7% (queda mais intensa da série), influenciado, naquele momento, pelo aprofundamento das paralisações em diversas plantas industriais, por causa da pandemia”.

Altos e baixos

Segundo a pesquisa, as principais influências negativas no mês vieram do segmento de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-9,5%) e de produtos alimentícios (-3,4%). Outras quedas foram registradas em áreas como calçados, têxtil, vestuário, papel e celulose e móveis.

Entre as altas, destaque para o setor extrativo (1,6%), máquinas e equipamentos (2,6%) e veículos automotores (1,4%). Este último interrompeu uma sequência de três meses de retração, período em que acumulou diminuição de 16,6%.

Veículos automotores

Na comparação com abril de 2020, o IBGE apurou resultado positivo nas quatro categorias econômicas pesquisadas, em 23 dos 26 ramos, 67 dos 79 grupos e 76% dos 805 produtos. Entre as atividades, reforçando a fraca base de comparação, o setor de veículos automotores cresceu quase 1.000% (996,5%). Também cresceram, entre outros segmentos, máquinas e equipamentos (94,3%), metalurgia (54,5%), produtos de minerais não-metálicos (81,3%), bebidas (88,2%) e produtos de borracha e de material plástico (64%). Já a área de produtos alimentícios caiu 9,1%.

No primeiro quadrimestre, o instituto registrou alta nas quatro categorias, 20 dos 26 ramos, 65 dos 79 grupos e 71,6% dos 805 produtos. O segmento de veículos automotores cresceu 34,4% e o de máquinas e equipamentos, 33,9%. A produção em metalurgia subiu 16,9% e em borracha/material plástico, 21,9%. Também nesse período, a principal influência negativa veio do setor de produtos alimentícios (-5,2%).


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