Só piora

Excluídos do trabalho: quase 15 milhões de desempregados e 6 milhões de desalentados

Números são recordes, segundo o IBGE. Total de subutilizados supera 32 milhões

Reprodução/Montagem RBA
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Total de desempregados, desalentados e subutilizados continua aumentando no país

São Paulo – O mercado de trabalho continua batendo sucessivos recordes negativos. A taxa de desemprego foi a 14,7% no trimestre encerrado em março. É o maior índice da série histórica. E o total de desempregados chegou a 14,805 milhões, também no maior número da série. São 880 mil desempregados a mais em três meses (crescimento de 6,3%) e 1,956 milhão (15,2%) em relação a igual período de 2020. Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada nesta quinta-feira (27) pelo IBGE.

Os ocupados somam 85,650 milhões. O total variou -0,6% no trimestre, com menos 529 mil, e caiu 7,1% em 12 meses. Isso equivale à saída de 6,573 milhões de pessoas do mercado de trabalho. Os subutilizados agora são 33,202 milhões, aumento de 3,7% (mais 1,2 milhão) no trimestre e de 20,2% (mais 5,6 milhões ) em relação ao ano passado.

Outro recorde batido é o de desalentados. Eles agora somam 5,970 milhões, alta de 25,1% na comparação com igual período de 2020.

Com e sem carteira

Segundo o IBGE, o número de empregados com carteira no setor privado atinge 29,570 milhões. Ficou estável no trimestre e caiu 10,7% em um ano (menos 3,526 milhões). Os empregados sem carteira somam 9,691 milhões: quedas de 2,9% (294 mil a menos) e de 12,1% (menos 1,333 milhão), respectivamente. A informalidade segue próxima dos 40% (39,6%).

Já os trabalhadores por conta própria agora atingem 23,837 milhões. Foi o único segmento que cresceu no trimestre, 2,4% (565 mil). Na comparação anual, ficou estável. Agora estimados em 4,936 milhões, os trabalhadores domésticos tiveram estabilidade no trimestre e registraram queda de 17,3% ante 2020 (menos 1,035 milhão).

Só agropecuária cresce

Entre os setores de atividade, todos ficaram relativamente estáveis no trimestre. Na comparação com 2020, a agropecuária cresce 4% (329 mil ocupações a mais) e os demais registram redução. Serviços de alojamento e alimentação, por exemplo, caem 26,1%, com menos 1,4 milhão de ocupados. A indústria cai 7,7% – 914 mil vagas fechadas.

Estimado em R$ 2.544, o rendimento médio ficou estável tanto na comparação trimestral como na anual. Por sua vez, a massa de rendimentos (R$ 212,514 bilhões) caiu 6,7% em relação ao primeiro trimestre de 2020. O que significa R$ 15,205 bilhões a menos na economia brasileira.

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