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Desemprego desigual: maior para negros, mulheres e pessoas com menos escolaridade

Pesquisa do IBGE também aponta diferenças significativas entre regiões e no rendimento

Reprodução
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São Paulo – O desemprego recorde no país, conforme divulgou hoje (27) o IBGE, continua atingindo segmentos sociais de forma desigual. Os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua mostram que o problema do desemprego é maior entre negros, mulheres e pessoas com menos escolaridade. Também há significativa variação regional.

Entre as unidades da federação, por exemplo, as maiores taxas de desemprego no trimestre encerrado em março foram registradas em estados do Nordeste: Pernambuco, Bahia (ambos com 21,3%), Sergipe (20,9%) e Alagoas (20%). As menores foram nos três estados do Sul e um do Centro-Oeste: Santa Catarina (6,2%), Rio Grande do Sul (9,2%), Paraná (9,3%) e Mato Grosso (9,9%). A taxa média no país foi de 14,7%.

Cor, gênero e escolaridade

Entre os homens, essa taxa ficou abaixo da média: 12,2%. Para as mulheres, bem acima (17,9%). No caso dos trabalhadores brancos, cai para 11,9%. E sobe para pretos (18,6%) e pardos (16,9%), classificação usada pelo IBGE.

Além de afetar de maneira mais grave negros e mulheres, o desemprego entre os que têm ensino médio incompleto é quase três vezes maior que o do grupo com ensino superior completo: 24,4% e 8,3%, respectivamente. Também sobe entre aqueles com superior incompleto (17,5%).

Disparidade também na renda

Dos quase 6 milhões de desalentados no primeiro trimestre, 785 mil (13,2%) estavam na Bahia. A taxa de informalidade chegou a 39,6% dos ocupados, mas sobe para 61,6% no Maranhão, 59,6% no Amazonas e 59% no Pará. Cai para 27,7% em Santa Catarina, 29,3% no Distrito Federal e 29,5% em São Paulo.

O instituto calculou em R$ 2.544 o rendimento médio. Mas esses valores vão de R$ 1.484 (Maranhão) a R$ 4.345 (Distrito Federal). Em São Paulo, é de R$ 3.202.