Dúvida

Com nova base de dados, saldo do emprego formal mantém crescimento

Saldo de março foi de 184 mil vagas com carteira, mais da metade no setor de serviços

Reprodução
Reprodução
Mudança na base de dados impede comparação com período anterior a 2020

São Paulo – O mercado formal no Brasil registrou saldo de 184.140 vagas em março, resultado de 1.608.007 admissões e 1.423.867 desligamentos. Os números são do “novo” Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), divulgado nesta quarta-feira (28) pelo Ministério da Economia. O estoque de empregos com carteira assinada está em 40,2 milhões.

As informações do cadastro passaram a ser questionadas depois que o governo alterou a fonte de dados. Até 2019, as informações eram fornecidas pelas empresas. A partir de janeiro do ano passado, a base passou a ser o eSocial. Só órgãos públicos e organizações internacionais que contratam celetistas continuam sendo obrigadas a prestar informações.

Dados não comparáveis

A mudança mexeu com os resultados, como diz o próprio Ministério da Economia na área destinada ao Caged. “Embora a maior parte das empresas esteja obrigada a declarar o eSocial, muitas deixaram de prestar informações de desligamentos a este sistema. Para viabilizar a divulgação das estatísticas do emprego formal durante esse período de transição, vem sendo feita a imputação de dados de outras fontes.”

Dessa forma, os dados a partir de 2020 não são comparáveis aos de anos anteriores. O que não impede representantes do governo de alardear “recordes” no emprego formal.

Serviços sustentam março

Do saldo de março, mais da metade veio do setor de serviços: 95.553. Destaque para o segmento que inclui administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde e serviços sociais (55.274). A indústria abriu 42.150 postos formais e a construção, 25.020. O setor de comércio/reparação de veículos teve saldo menor (17.986) e a agropecuária criou 3.535 vagas.

De janeiro a março, o saldo do Caged é de 837.074 empregos com carteira, sendo 341.246 nos serviços. Foram 4.940.568 contratações e 4.103.494 demissões. Comparado a igual período de 2020, o volume de admissões cresce 15,8%, enquanto o de desligamentos cai 1,3%.

No que o governo chama de “modernização trabalhista”, o país registrou saldo de 21.079 vagas no primeiro trimestre: 13.138 no trabalho intermitente e 7.941 no parcial. Ao mesmo tempo, o número de desligamentos “por acordo” somou 52.102.

Leia mais

No meio da crise, governo anuncia saldos recordes no emprego com carteira


Leia também


Últimas notícias