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BC mantém taxa de juros, inflação desgarra da Selic. Copom aponta ‘incerteza acima da usual’

Taxa se manteve em 2% pela terceira vez. Copom aponta inflação alta e, ao falar da incerteza, cita fim do auxílio emergencial

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Copom do BC mantém a taxa em 2%: incertezas em cenário com inflação elevada, recuperação desigual e pandemia

São Paulo – Na última reunião de 2020, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central manteve em 2% ao ano a taxa básica de juros, a Selic. A decisão anunciada no início da noite de hoje (9), unânime, já era aguardada pelo “mercado”. O Comitê do BC manteve a taxa pelo terceiro encontro seguido.

Com isso e com a alta de preços dos últimos meses, a inflação se desgarra da Selic. O IPCA em 12 meses, até novembro, está em 4,31%. Em junho, quando a taxa básica de juros ainda estava em 2,25%, a inflação oficial somava 2,13%.

“As últimas leituras de inflação foram acima do esperado e, em dezembro, apesar do arrefecimento previsto para os preços dos alimentos, a inflação ainda deve se mostrar elevada”, afirmou o Copom na nota divulgada logo após a reunião. “Apesar da pressão inflacionária mais forte no curto prazo, o Comitê mantém o diagnóstico de que os choques atuais são temporários, mas segue monitorando sua evolução com atenção”, acrescenta.

Recuperação desigual

Sobre a atividade econômica, o colegiado fala em “continuidade da recuperação desigual entre setores”, conforme esperado. Mas observa que a incerteza continua “acima da usual, sobretudo para o período a partir do final deste ano, concomitantemente ao esperado arrefecimento dos efeitos dos auxílios emergenciais”.

Já no cenário externo, a “ressurgência da pandemia em algumas das principais economias” deverá afetar a atividade no curto prazo, avalia o Copom. “No entanto, os resultados promissores nos testes das vacinas contra a Covid-19 tendem a trazer melhora da confiança e normalização da atividade no médio prazo.”

A primeira reunião do Copom no próximo ano está marcada para 19 e 20 de janeiro.

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