Desequilíbrio

Com crescimento abaixo da média geral, estado de São Paulo perde participação no PIB

De 2002 a 2018, Sudeste perde espaço, mas ainda responde por mais da metade da economia. Renda do trabalho cai

Reprodução/Montagem RBA
Reprodução/Montagem RBA
A industrial São Paulo perdeu espaço, mas ainda responde por 31,6% do PIB. A agrícola Mato Grosso vem crescendo e tem 2%

São Paulo – Com crescimento recentemente revisado para 1,8% em 2018, o Produto Interno Bruto (PIB) teve 15 unidades da federação com alta acima da média e 12 abaixo, incluindo uma queda (Sergipe, -1,8%). O estado de São Paulo fica no segundo caso. Com expansão de 1,4%, perdeu 0,6 ponto percentual de participação no PIB brasileiro, embora ainda responda por 31,6% do total. Os resultados foram divulgados nesta sexta-feira (13) pelo IBGE.

Com apenas 1,4% de participação no PIB brasileiro, o Amazonas registrou o maior crescimento em 2018: 5,1%. Em seguida, vêm Roraima (expansão de 4,8% e participação de 0,2%) e Mato Grosso (4,3% e 2%, respectivamente). A região Norte foi o que mais cresceu, com 3,4%.

Influência do petróleo

O Sudeste, por sua vez, foi a única região com alta abaixo da média nacional (1,4%). Ainda assim, aumentou sua participação no PIB em 0,2 ponto, para 53,1%. Segundo o IBGE, isso se deve aos resultados do Rio de Janeiro, que viu crescer sua participação em 0,6 ponto, e do Espírito Santo (0,3 ponto), beneficiados pelos preços do petróleo. O primeiro tem 10,8% do total nacional e o segundo, 2%.

“Em geral, os preços do petróleo tiveram grande papel nas oscilações de participação em 2018, tendo beneficiado os estados com maior peso na extração de petróleo, como Rio de Janeiro e Espírito Santo. O petróleo também contribuiu para a perda de participação de outros estados, como Pernambuco e Paraná, já que a indústria de refino e segmentos das Indústrias de transformação utilizam o petróleo como matéria-prima”, observa o IBGE na divulgação.

Serviços têm maior alta

Além de São Paulo, cinco estados viram sua participação diminuir: Goiás, Pará, Paraná, Pernambuco e Rondônia. Com crescimento de 1,7%, o Distrito Federal também encolheu. A capital responde por 3,6% do PIB brasileiro.

Com crescimento de 1,8% no país em 2018, a economia brasileira teve sua principal alta no setor de serviços: 2,1%. A agropecuária teve expansão de 1,3% e a indústria, 0,7%.

De acordo com o IBGE, o PIB per capita foi de R$ 33.593,82. Mas chega a R$ 85.661,39 no Distrito Federal.

De 2002 a 2018

No período que vai de 2002 a 2018, o Brasil teve crescimento médio de 2,4% ao ano. O estado de Mato Grosso teve alta de 5,1% por ano, em média, e o Tocantins, 4,9%. Pouco depois, vêm Roraima (4,2%) e Piauí (4,1%). “Mato Grosso, Tocantins e Piauí ganharam relevância nacional no setor de Agropecuária ao longo da série, devido ao cultivo de soja”, aponta o IBGE.

O menor crescimento anual médio, nesse intervalo, foi do Rio de Janeiro, com apenas 1,4% ao ano. Já São Paulo cresceu 2,2%

Ainda nesse período, Centro-Oeste (de 8,6% para 9,9%) e Nordeste (de 13,1% para 14,3%) foram as regiões que tiveram maior ganho em relação ao total do PIB. A região Sudeste foi a única a perder, mas ainda representa 53,1%, ante 57,4% em 2002. O Sul foi de 16,2% para 17,1% e o Norte, de 4,7% para 5,5%.

Renda do trabalho

A análise do PIB pelo IBGE mostra que a renda do trabalho perdeu espaço pelo segundo ano seguido. A remuneração dos empregados, “principal componente da renda”, foi de 44,3%, em 2017, para 43,6%.

“A redução se deve à queda da participação dos empregados com carteira de trabalho assinada na população ocupada”, informa o instituto. As principais quedas foram registradas nas regiões Sudeste (-1,1 ponto) e Sul (-0,7 ponto).

Confira aqui a apresentação da pesquisa.