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Produção industrial volta ao nível de fevereiro e acumula queda no ano

Setor automobilístico cresceu 1.000% em cinco meses, mas ainda está negativo

Reprodução / Rodrigo Felix Leal-ANE PR
Reprodução / Rodrigo Felix Leal-ANE PR
Área de alimentos mantém crescimento. Já o setor de veículos se recuperou nos últimos cinco meses, mas produção no ano ainda tem queda

São Paulo – A produção industrial cresceu 2,6% de agosto para setembro, segundo informou hoje (4) o IBGE. Os avanços nos últimos meses fizeram a atividade voltar ao nível de fevereiro, pré-pandemia. Na comparação com setembro do ano passado, a atividade sobe 3,4%. Mas a produção industrial acumula queda de 7,2% neste ano e de 5,5% em 12 meses.

O resultado de setembro “teve perfil generalizado de crescimento”, segundo o instituto. Atingiu as quatro categorias econômicas e 22 dos 26 ramos pesquisados.

Destaque para a produção de veículos automotores, reboques e carrocerias, com alta de “impulsionada pela continuidade do retorno à produção após a paralisação decorrente da pandemia”. O setor acumula expansão de 1.042,6% em cinco meses, mas ainda está 12,8% abaixo do patamar de fevereiro.

Retração em 2020

Ainda entre os resultados mensais, cresceram os segmentos de máquinas e equipamentos (12,6%), confecção de artigos do vestuário e acessórios (16,5%), couro, artigos para viagem e calçados (17,1%), produtos alimentícios (1,2%) e de metalurgia(3,5%), entre outros. Já a atividade extrativa caiu 3,7%.

Em relação a setembro de 2019, o IBGE apurou resultado positivo em três das quatro categorias econômicas, 17 dos 26 ramos, 54 dos 79 grupos e 58% dos 805 produtos pesquisados. Os principais destaques foram de produtos alimentícios (11,1%) e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (7,8%). O setor de veículos automotores cai 13,7% nessa comparação.

De janeiro a setembro, comparado a igual período de 2019, a atividade cai nas quatro categorias, 20 dos 26 ramos, 64 dos 79 grupos e 68,4% dos 805 produtos. A principal influência para a queda da produção industrial vem justamente de veículos automotores, com retração de 37%. Outras quedas foram apuradas em metalurgia (-12,9%), artigos do vestuário (-31,8%) e máquinas e equipamentos (-11,9%). Das seis atividades em alta, produtos alimentícios tem expansão de 5,8%.