Sem parar

Alimentos sobem, alta é generalizada e inflação tem a maior taxa em quase 20 anos

Outros itens importantes aumentaram de preço, como gasolina e gás de botijão. IPCA em 12 meses se aproxima de 4%

Reprodução/Montagem RBA
Reprodução/Montagem RBA
Além de alimentos básicos, gasolina e eletrodomésticos foram itens em alta em outubro

São Paulo – Em trajetória contínua de alta, a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,86% no mês passado, na maior taxa para outubro desde 2002, segundo o IBGE. Agora, o indicador nacional da inflação no país soma 2,22% no ano. Em 12 meses, está acumulado em 3,92%. Para comparação, em outubro de 2019 o IPCA em 12 meses estava em 2,54%.

Oito dos nove grupos tiveram alta em outubro. Mais uma vez, a maior elevação – embora menos intensa – e o maior impacto vieram de Alimentação e Bebidas. O grupo subiu 1,93%, representando 0,39 ponto percentual no resultado geral do mês. Outros itens importantes no consumo cotidiano, como gasolina e gás de botijão, também subiram.

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Mesa mais cara

Entre os alimentos, produtos como o arroz e o óleo de soja subiram menos, mas ainda tiveram altas expressivas no mês: 13,36% e 17,44%, respectivamente. O preço do tomate subiu mais (18,69%). Também aumentaram itens como frutas (2,59%) e batata inglesa (17,01%). Entre as quedas, o IBGE destaca cebola (-12,57%), cenoura (-6,36%) e alho (-2,65%). Comer fora ficou 0,36% mais caro (0,82% em setembro).

O segundo maior impacto entre os grupos, 0,24 ponto percentual, veio de Transportes, com alta de 1,19%. Só as passagens aéreas, que subiram 39,83%, contribuíram com metade (0,12 ponto). O preço médio da gasolina subiu 0,85% (0,04 ponto), enquanto o seguro de veículo teve aumento de 2,21%.

Gás e itens domésticos: alta

O grupo de maior peso no índice, Habitação, teve alta de 0,36% em outubro. O gás de botijão subiu 1,27% (impacto de 0,01 ponto), enquanto a energia elétrica variou 0,03%. A taxa de água e esgoto também aumentou (0,29%).

Em Artigos de Residência, a alta (1,53%) teve influência de eletrodomésticos e equipamentos, que aumentaram 2,38% e tiveram impacto de 0,02 ponto. Também subiram itens como cama, mesa e banho (1,92%), mobiliário (1,55%), consertos e manutenção (1,30%) e utensílios e enfeites (0,72%), além de artigos de TV, som e informática (1,07%).

O grupo Vestuário, por sua vez, voltou a subir, desta vez em 1,11%. Com aumento de 1,98%, joias e bijuterias acumulam alta de 13,66% no ano. Outras altas foram registrada em roupas masculinas (1,76%), femininas (0,79%) e infantis (1%), assim como em calçados e acessórios (0,78%).

Entre as áreas pesquisadas, o menor índice foi apurado na região metropolitana de Salvador (0,45%) e o maior, no município de Rio Branco (1,37%). Na Grande São Paulo, a taxa variou 0,89%. Em 12 meses, o IPCA vai de 3,12% (região metropolitana do Rio de Janeiro) a 6,42% (Campo Grande). Supera os 5% em Belém (5,37%) e São Luís (5,02%), e chega a 3,89% em São Paulo.

INPC também detecta inflação em alta

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) subiu 0,89%, maior resultado para outubro desde 2010.  No ano, acumula alta de 2,95%. Em 12 meses, de 4,77%.

De acordo com o IBGE, os produtos alimentícios subiram 2,11%. Os não alimentícios aumentaram 0,52%.