Altos e baixos

Produção industrial sobe em agosto, mas continua em queda no ano

Setor automobilístico puxa reação, embora ainda esteja abaixo do nível do início de 2020

Rodrigo Felix Leal/AEN-PR
Rodrigo Felix Leal/AEN-PR
Setor automobilístico reagiu nos últimos meses, mas ainda sente os efeitos da crise

São Paulo – A produção industrial cresceu 3,2% de julho para agosto, segundo o IBGE. Foi a quarta alta seguida, mas a atividade ainda apresenta resultado negativo em 2020. Na comparação com agosto de 2019, a retração é de 2,7%, décima queda consecutiva. O setor acumula baixa de 8,6% no ano e de 5,7% em 12 meses.

“O resultado de agosto tem comportamento positivo de perfil disseminado, explicado pelo aumento do ritmo produtivo, após o aprofundamento das paralisações em diversas plantas industriais devido à pandemia”, diz o IBGE, que divulgou a pesquisa nesta sexta-feira (2). A alta incluiu as quatro categorias econômicas e 16 dos 26 ramos pesquisados.

Entre os setores, o instituto destaca o de veículos automotores, reboques e carrocerias, com crescimento de 19,2% sobre julho. Alta “impulsionada, em grande medida, pela continuidade do retorno à produção após a interrupção decorrente da pandemia”. Segundo o IBGE, o segmento acumula expansão de 901,6% em quatro meses, mas ainda está 22,4% abaixo de fevereiro.

Vestuário cai, alimentação sobe

Na comparação com agosto do ano passado, a produção tem resultado negativo em três das quatro categorias econômicas, 12 dos 26 ramos, 45 dos 79 grupos e 53,3% dos 805 produtos pesquisados. A maior influência também é da atividade de veículos automotores, com queda de 25,7%.

Além dessa, o IBGE cita os ramos de confecção de artigos do vestuário e acessórios (-23,8%), couro, artigos para viagem e calçados (-23,6%), metalurgia (-7,9%) e máquinas e equipamentos (-7,0%), entre outros. Dos setores em alta, destaque para produtos alimentícios (5,7%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (6,0%) e bebidas (11,7%).

Leia também:

Cortes no mercado formal atingiram mais mulheres, vendedores e empregados acima dos 50

De janeiro a agosto, país perdeu quase 850 mil empregos com carteira

Desemprego e desalento recordes, subutilização aumenta e trabalho formal despenca