Crise

Cortes no mercado formal atingiram mais mulheres, vendedores e empregados acima dos 50

Até agosto, país perdeu quase 850 mil vagas com carteira. Mais de 60% eram mulheres

Reprodução
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Com queda no consumo, comércio foi o setor que mais sentiu perda no emprego

São Paulo – Os dados do “novo” Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), divulgados ontem (30), mostram que alguns segmentos foram mais afetados pelos cortes no mercado formal. Embora generalizadas, as demissões atingiram principalmente vendedores, mulheres, trabalhadores com ensino médio completo e empregados acima de 50 anos.

De janeiro a agosto, o país perdeu quase 850 mil empregos com carteira assinada (exatos 849.387, segundo o Caged). A maioria (536.015, ou 63%) é de mulheres. Entre as faixas de escolaridade, os trabalhadores com ensino médio perdem 411.757. Esse grupo lidera tanto em admissões como em desligamentos.

Comércio cai

No recorte etário, a faixa que vai dos 50 aos 64 anos responde por 349.422 postos de trabalho eliminados no mercado formal. Em seguida, vem a faixa de 30 a 39 anos, com menos 315.740 empregos. Apenas os grupos até 17 e dos 18 aos 24 anos têm resultado positivo.

Entre as profissões, a mais atingida é a categoria que inclui vendedores do comércio em lojas e mercados, reflexo da retração no consumo agravada pela pandemia. A perda no ano é de 624.794 postos de trabalho formais. Depois, vêm trabalhadores administrativos, com menos 229.321 empregos com carteira. O melhor resultado é o da agropecuária, com saldo de 73.175 vagas.