Crise

Estrago da pandemia atinge 60% das empresas e é ainda maior na área de serviços e nas pequenas

Atividades ligadas a alojamento e alimentação foram as que mais sentiram os efeitos negativos da crise. E as que mais demitiram

Tomaz Silva/Agência Brasil
Tomaz Silva/Agência Brasil
Bares e restaurantes estão entre os setores mais atingidos

São Paulo – De um total aproximado de 2,8 milhões de empresas funcionando na segunda quinzena de junho, 62,4% apontaram impacto negativo nas atividades em razão da pandemia. Sobe para 62,7% entre as pequenas (até 49 funcionários) e para 65,5% no setor de serviços. Os dados são de pesquisa divulgada nesta quinta-feira (30) pelo IBGE.

As pequenas empresas representam quase 98% do universo pesquisado: 2,716 milhões, de um total de 2,776 milhões. As 55 mil empresas com 50 a 499 funcionários reportaram efeito negativo em menos da metade (46,3%) dos casos. Entre aquelas com 500 ou mais empregados, foram 50,5%.

No total, além dos 62,4% que tiveram impacto negativo, 22,5% informaram ter sentido efeito pequeno ou inexistente, enquanto 15,1% apontaram resultado positivo. Esse último dado vai a 14,9% entre as pequenas, 25% entre as médias e 21,8% nas grandes.

Nos setores, 48,7% das empresas industriais informaram efeito negativo, ante 53,6% na construção, 64,1% no comércio (74,9% nas áreas de veículos e peças) e 65,5% nos serviços, onde se concentram mais de 1,2 milhão de empreendimentos. Esse percentual sobe a 86,7% no segmento de serviços prestados às famílias (334 mil empresas), que compreende atividades como alojamento e alimentação.

Emprego e pagamentos

No recorte regional, os efeitos negativos atingem 72% das empresas no Nordeste, 65% no Sudeste e 63% no Centro-Oeste. No Sul e no Norte, é maior a presença daquelas que apontaram efeitos inexistentes ou positivos.

Pouco mais da metade (52,9%) tiveram dificuldades para fazer pagamentos de rotina. E perto de 80% (78,6%) mantiveram o número de funcionários da primeira para a segunda quinzena do mês passado. Outras 14,8% cortaram e 6,3% contrataram. No segmento de serviços prestados às famílias, houve corte em 27%.

Entre as 411 mil que fizeram demissões, praticamente 62% diminuíram o quadro em até 25%. Para 23,7%, a redução variou de 26% a metade da mão de obra. Em 13,6% dos casos, as demissões atingiram mais da metade dos empregados.


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