Cobertor curto

Cesta básica em São Paulo custa 91% do auxílio emergencial

Preços dos alimentos tiveram redução de 1,68% em junho, puxados pela queda do tomate e da batata. Em 2020, cesta básica tem alta acumulada de 8%

Arquivo/Agência Brasil
Arquivo/Agência Brasil
Apesar da queda geral, feijão carioquinha (8,22%), arroz agulhinha (5,76%) tiveram altas expressivas

São Paulo – Levantamento divulgado nesta segunda-feira (6) pelo Dieese mostra que o preço da cesta básica, em junho, caiu em 10 das 17 capitais pesquisadas, em relação ao mês anterior. Em São Paulo, a mais cara do país, a cesta teve variação negativa de -1,68%, com custo total de R$ 547,03. Esse valor, no entanto, corresponde a mais da metade (56,6%) do salário mínimo líquido (após os descontos da Previdência Social). E atinge 91% do valor do auxílio emergencial.

Segundo a economista Patrícia Costa, supervisora da área de preços do Dieese, a queda registrada na maioria das capitais se deve principalmente à redução dos preços do tomate (-20,62%) e da batata (-3,3%). Contudo, outros alimentos essenciais registraram altas expressivas, como o feijão carioquinha (8,22%), arroz agulhinha (5,76%), farinha de trigo (3%), leite integral (2,32%), café (1,31%) e carne bovina de primeira (1,02%).

Apesar da queda registrada em junho, a cesta acumula alta de 8% em 2020. Nos últimos 12 meses, o aumento foi de 9,04%.

Para a economista, esse aumento preocupa, porque não está relacionado com o aumento da demanda interna. Tem a ver com fatores externos, como a alta do dólar ou o aumento do valor desses produtos no mercado internacional. “Temos um cenário de aumento de preços dos alimentos, sem que tenha havido uma demanda mais intensa. As pessoas estão comprando menos”, afirmou, em entrevista a Glauco Faria no Jornal Brasil Atual.

Assista à entrevista:

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Redação: Tiago Pereira