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Vendas no comércio despencam em abril, na maior queda em 20 anos

Recuo de 16,8% ante março foi o maior da série histórica do IBGE. Setor de vestuário teve retração acima de 60%

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Supermercados se salvam na comparação com 2019. Segmento de vestuário submerge

São Paulo – O volume de vendas no varejo caiu 16,8% de março para abril, maior queda da série histórica (iniciada em 2001), segundo informou o IBGE na manhã desta terça-feira (16). Assim, as vendas atingiram o seu menor nível. Ficam 22,7% abaixo do recorde, registrado em outubro de 2014. No caso do varejo ampliado, que inclui o setor automobilístico e material de construção, 34,1% abaixo do recorde, que é de agosto de 2012.

Na comparação com abril do ano passado, o instituto também calculou retração de 16,8%. Já o acumulado em 12 meses ainda se mantém positivo, com 0,7% de alta. Segundo o IBGE, os resultados divulgados hoje “intensificam o cenário de queda generalizada nos indicadores por conta da pandemia”.

Quando se considera o varejo ampliado, as vendas caíram 17,5% no mês. Na comparação anual, o tombo foi de 27,1%, outro recorde na série histórica, neste caso iniciada em 2004. Em 12 meses, as vendas sobem 0,8%.

No mês, as oito atividades pesquisadas sofreram quedas. No caso de tecidos, vestuários e calçados, a retração chegou a 60,6%. Na sequência, o segmento que inclui livros, jornais, revistas e papelaria caiu 43,4%. O IBGE apurou ainda queda em móveis e eletrodomésticos (-20,1%) e em combustíveis e lubrificantes (-15,1%). Mesmo o segmento de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo caiu (-11,8%). Em veículos, motos, partes e peças, que compõe o varejo ampliado, a diminuição de março para abril foi de 36,2%.

Vestuário cai 75% ante 2019

Já em relação a abril de 2019, a diminuição atingiu sete das oito atividades. A exceção foi o setor que compreende hipermercados, supermercados e alimentos: alta de 4,7%.

Mais uma vez, o destaque negativo é de tecidos, vestuário e calçados: retração de 75,5% e impacto de 5,7 pontos percentuais no índice geral. O segmento que inclui outros artigos de uso pessoal e domésticos cai 46,5%, móveis e eletrodomésticos recua 35,8% e combustíveis e lubrificantes, 25,3%. No ampliado, veículos cai 57,9% e material de construção recua 21,1%.

Novamente de março para abril, o IBGE apurou resultados negativos em todas as unidades da federação, com destaque para Amapá (-33,7%), Rondônia (-21,8%) e Ceará (-20,2%). No varejo ampliado, a queda também foi generalizada, atingindo -31,6% no Amapá, -23,4% no Espírito Santo e -23,3% em São Paulo.