Economia no chão

Recessão à vista: país registra segundo mês seguido de deflação

A queda de 0,38% em maio foi a mais intensa em quase 22 anos. IPCA agora soma 1,88% em 12 meses. Combustíveis voltam a cair

Reprodução/Montagem RBA
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Etanol e energia estiveram entre os itens que caíram mais no mês

São Paulo – O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) variou -0,38% em maio, queda maior que a do mês anterior (-0,31%) e a mais intensa em quase 22 anos, desde agosto de 1998. A segunda deflação seguida leva o indicador oficial a uma retração de 0,16% no ano e alta de 1,88% em 12 meses. Segundo o IBGE, que divulgou os resultados nesta quarta-feira (10), caíram principalmente os preços de combustíveis.

Dos nove grupos que compõem o índice, cinco tiveram deflação no mês passado, com destaque para Transportes. A queda de 1,90%, menos intensa que em abril (2,66%), foi puxada pelos combustíveis (-4,56%). Só a gasolina caiu 4,35% (-9,31% em abril), com impacto de -0,20 ponto percentual sobre o resultado geral.

O etanol variou -5,96%, ante -13,51% no mês anterior. E o óleo diesel recuou 6,44%, com impacto de 0,01 ponto. E as passagens aéreas tiveram queda de 27,14%, representando -0,16 ponto no IPCA do mês. Houve quedas em todas as regiões pesquisadas. O IBGE apurou ainda variação de -0,11% no táxi, principalmente por causa de cancelamento de reajuste tarifa no Rio de Janeiro.

Alimentos sobem menos

Um dos principais grupos, Alimentação e Bebidas, subiu 0,24%, bem menos do que em abril (1,79%). Os preços médios das frutas caíram 2,10% e o da cenoura recuou 14,95%. Com isso, o item alimentação no domicílio foi de 2,24% para 0,33%.

Entre as altas, o instituto destaca cebola (30,08%), batata inglesa (16,39%) e feijão carioca (8,66%). Depois de quatro meses em queda, as carnes tiveram aumento (0,05%).

O item alimentação fora do domicílio ficou próximo da estabilidade, com 0,04%, após subir 0,76% no mês anterior. O lanche foi de 3,07% para 0,83% e a refeição, de -0,13% para -0,34%, apontou o IBGE.

Grupo de maior peso na composição do IPCA, Habitação variou -0,25%, com queda de 0,58% na energia elétrica – e impacto de -0,02 ponto. O instituto lembra que a bandeira verde, sem adicional, será mantida até o fim do ano. O gás encanado caiu 0,76%, puxado pela redução no Rio.

Em Vestuário (-0,58%), o IBGE apurou quedas nos preços de roupas femininas (-0,88%), calçados e acessórias (-0,74%), roupas masculinas (-0,55%) e infantis (-0,29%). O item joias e bijuterias teve aumento de 1%.

A maior alta do mês foi do grupo Artigos de Residência: 0,58%. Artigos de TV, som e informática subiram 4,57% e contribuíram com 0,03 ponto para o resultado total. Os eletrodomésticos aumentaram 1,98%, enquanto itens de mobiliário caíram 3,17%.

Todas as as 16 áreas pesquisadas tiveram deflação. Os resultados variam de -0,18% (região metropolitana de Recife) a -0,60%, na Grande Belo Horizonte. Em São Paulo, o IPCA foi de -0,28%. No acumulado em 12 meses, o índice vai de 0,67% (Rio Branco) a 2,95% (Belém), somando 2,32% na Grande São Paulo.

INPC

Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) em maio apresentou variação de -0,25%, enquanto em abril havia registrado -0,23%. Esse é o menor resultado para um mês de maio desde o início do Plano Real. A variação acumulada no ano foi de 0,06% e, nos últimos doze meses, o índice apresentou alta de 2,05%, abaixo dos 2,46% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em maio de 2019, a taxa foi de 0,15%.

Os produtos alimentícios tiveram alta de 0,40% em maio enquanto, em abril, haviam registrado 1,91%. Já o agrupamento dos não alimentícios apresentou variação de -0,44%, enquanto, no mês anterior, havia registrado -0,84%.


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