Negativo

Com perda de 332 mil vagas com carteira em maio, país acumula corte de 1,1 milhão no ano

Total de contratações caiu 48% na comparação com igual período do ano passado. Salário médio perde mais de 4% em um mês

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No mês passado, apenas o Acre teve crescimento no número de empregos formais

São Paulo – O país eliminou 331.901 vagas com carteira assinada em maio, segundo o “novo” Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado na tarde desta segunda-feira (29) pelo Ministério da Economia. Agora, no acumulado do ano, são menos 1.144.875 postos formais, com redução de 16,7% das admissões nesse período e aumento de 5,2% nas demissões.

No mês passado, foram registradas 703.921 contratações e 1.035.822 demissões. Em maio de 2019, o saldo havia ficado positivo (32.140 vagas).

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Agora, o estoque de empregos formais é de 37.664.748. Em maio de 2014, era de 41.199.722.

Menos contratações

Segundo o governo, o resultado de maio foi influenciado, principalmente, pela queda no número de admissões: -48% em relação a igual mês do ano passado. Na comparação com abril, o total de contratações cresceu 14% e o de demissões caiu 31,9%.

Dos quase 332 mil postos de trabalho eliminados em maio, o setor de serviços cortou 143.479 e a indústria, 96.912. Também fecharam vagas os segmentos de comércio/reparação de veículos (-88.739) e administração pública, defesa e seguridade social (-10.809). O emprego doméstico ficou estável e a área de agricultura/pecuária abriu 15.993 vagas.

A agricultura também cresceu no período janeiro/maio: saldo de 25.340 (1,71%). O país como um todo tem retração de 2,95%. A indústria cai 3,15%, com fechamento de 236.410 empregos com carteira. O comércio elimina 446.584 (-4,79%) e o setor de serviços, 442.580 (-2,41%). Proporcionalmente, a maior queda é do segmento que inclui serviços de alojamento e alimentação, com corte de 256.268 (-12,88%).

Por todo o país

As cinco regiões fecharam vagas no mês passado. Entre as 27 unidades da federação, só o Acre abriu postos de trabalho (1.127). Em São Paulo, foram eli minados 103.985 empregos formais.

No que o governo chama de “modernização trabalhista”, a modalidade de trabalho intermitente teve saldo de 2.405 vagas, com 9.617 admissões e 7.217 desligamentos, em 1.937 estabelecimentos. Já o trabalho parcial fechou 5.681 postos, com 5.772 contratações e 11.453 dispensas.

O salário médio de admissão foi calculado em R$ 1.731,33, queda de 4,35% em relação a abril.

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