Bomba

Preço da gasolina caiu 50% nas refinarias, mas apenas 10% nos postos

Segundo a Federação Única dos Petroleiros (FUP), diferença decorre da política equivocada de preços e das privatizações

Tomaz Silva/Agência Brasil
Tomaz Silva/Agência Brasil
Reajustes frequentes minam credibilidade da política de preços da Petrobras

São Paulo – O preço da gasolina na refinaria já caiu mais de 50%, desde o início do ano. A redução tem ligação com a queda dos preços internacionais do petróleo, que deve se acentuar ainda mais por conta da pandemia de coronavírus. Nas bombas, contudo, a redução foi de apenas 10,5% no mesmo período, segundo a Agência Nacional do Petróleo (ANP).

Para a Federação Única dos Petroleiros (FUP), essa discrepância é resultado das políticas “equivocadas” promovidas ainda no governo Temer e agravadas pela atual gestão. Entre os equívocos, o coordenador geral da entidade, José Maria Rangel, destaca a adoção da política de paridade internacional dos preços dos combustíveis, que causou mais de 200 reajustes desde 2017. Outro fator é a privatização de subsidiárias da Petrobras, como a BR Distribuidora e a Liquigás.

“Para donos de postos, e para quem transporta, isso é uma loucura. As pessoas não conseguem acompanhar o preço. Um dos motivos é a falta de credibilidade dessa atual política. O Brasil, hoje, tem a segunda gasolina mais cara do planeta”, afirmou Rangel ao jornalista Rafael Garcia, para a edição da tarde do Jornal Brasil Atual, nesta quarta-feira (6).

Gás

A Petrobras também reduziu, ao longo desse período, a capacidade de produção nas refinarias, o que afeta o preço dos combustíveis. Essa diminuição chegou a beirar uma crise de desabastecimento do gás de cozinha, mais difícil de importar do que os demais derivados. Agora, a empresa anunciou aumento da produção, mas vem tendo dificuldades de estocar gasolina e diesel, por conta da venda da distribuidora.

“No ano passado, a Petrobras lucrou R$ 40 bilhões. Quem está pagando esse lucro é a sociedade brasileira, que não está recebendo benefício nenhum. Apenas um grupo de acionistas que leva vantagem”, comentou Rangel.


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