Responsabilidade

Crédito para atender empresas contra impactos da covid-19 terá bancos públicos na linha de frente

Uma nova linha de crédito de R$ 40 bilhões será destinada para que empresas financiem o pagamento dos salários dos funcionários

linha de crédito
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São Paulo – O governo Bolsonaro anunciou, na manhã desta sexta-feira (27), medidas econômicas adotadas para reduzir os efeitos do novo coronavírus no país. Será criada uma linha de crédito de R$ 40 bilhões. O objetivo é financiar o pagamento dos salários dos funcionários por dois meses.

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que a linha de credito emergencial será de R$ 20 bilhões ao mês. Cerca de 85% do dinheiro será capitaneado pelo Tesouro Nacional, por meio dos bancos públicos – Banco do Brasil, Caixa Federal e BNDES. O restante será distribuído pelos bancos privados.

Em tempos em que as instituições financeiras de controle público vinham tendo seu papel social ameaçado pelo sucateamento visando a privatizações, fica ressaltado o papel dos bancos públicos para o Estado proteger a economia – como ocorreu após a crise global de 2008.

O pagamento será destinado diretamente para a conta dos trabalhadores e limitado a dois salário mínimos. Ou seja, quem recebe três ou mais salários, terá uma redução para o limite de dois. As operações estarão disponíveis em até duas semanas, segundo Campos Neto.

Linha de crédito para Santas Casas

As empresas que aderirem à linha de crédito serão proibidas de demitir seus empregados e terão uma taxa de juros de 3,75% ao ano, sem a cobrança de spread bancário – a diferença entre o custo de captação do recurso e a taxa final do empréstimo. A expectativa é que 1,4 milhões de empresas entrem no programa.

O presidente da Caixa, Pedro Guimarães, também anunciou a redução da cheque especial, que passa a ser de 2,9% ao mês. Será destinada ainda pela Caixa uma linha de crédito para as Santa Casas, no valor de R$ 5 bilhões, com juros de 10% ao ano – quase o triplo da Selic, a taxa básica paga pelo governo para se financiar, que está em 3,75% ao ano.

O projeto de lei, aprovado pela Câmara dos Deputados, ontem (26), prevê recursos de R$ 600 para brasileiros em situação de vulnerabilidade social, mas, na prática, pode chegar a R$ 1.200 por família. Segundo Guimarães, a CEF será a responsável pelo pagamento do valor.