Mais cara

Dieese aponta alta da cesta básica em 15 de 17 capitais pesquisadas

Salário mínimo necessário para uma família foi calculado em R$ 4.483,20, 4,18 vezes o valor oficial

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Com aumento em 14 das 17 capitais, banana foi um dos itens que contribuiu para alta da cesta básica

São Paulo – O preço da cesta básica teve aumento em 15 das 17 capitais pesquisadas pelo Dieese, em março, com preços coletados apenas até o dia 18, devido ao coronavírus. Segundo o instituto, as altas mais expressivas foram registradas em Campo Grande (6,54%), Rio de Janeiro (5,56%), Vitória (5,16%) e Aracaju (5,11%). As únicas quedas foram em Belém (-3,27%) e São Paulo (-0,24%).

A cesta mais cara foi a do Rio: R$ 533,65. Com base nela, o Dieese calculou em R$ 4.483,20 o salário mínimo necessário, neste mês, para as despesas básicas de um trabalhador e sua família. Isso equivale a 4,18 vezes o valor oficial, ante 4,29 vezes em março do ano passado.

Depois do Rio, vieram as cestas básicas calculadas em São Paulo (518,50) e Florianópolis (R$ 517,13). Já os menores valores médios foram apurados em Aracaju (R$ 390,20) e Salvador (R$ 408,06).

No período acumulado em 12 meses, o valor subiu em todas as cidades. A variação vai de 1,19% (Aracaju) a 9,08% (Florianópolis). Neste ano, os preços aumentaram em 16 das 17 capitais pesquisadas – a exceção foi Porto Alegre (-1,66%).

O tempo médio para adquirir os produtos da cesta foi de 97 horas e 34 minutos, acima de fevereiro (94 horas e 57 minutos) e de março do ano passado (96 horas e 42 minutos). Quem ganha salário mínimo comprometeu quase metade (47,95%) da sua renda com os produtos básicos, um pouco acima de igual mês de 2019 (47,52%).

De acordo com o Dieese, de fevereiro para março itens como tomate, banana, açúcar, óleo de soja, leite integral e batata (pesquisada na região Centro-Sul) tiveram predominância de alta, enquanto a carne bovina caiu na maior parte das cidades. O tomate, por exemplo, subiu em 16 das 17 capitais e a banana (nanica e prata), em 14.

O Dieese espera que a situação se normalize para retomar a coleta habitual de preços. “Tão logo essa difícil situação seja superada e não haja mais riscos à saúde pública, a instituição retomará a coleta de preços nos estabelecimentos que vendem produtos alimentícios – supermercados, padarias, açougues e feiras”, diz o instituto.