Inflação: cursos e planos de saúde têm alta, preços de alimentos caem

“Prévia” da inflação oficial variou 0,22%. O preço da carne caiu. Agora, o índice soma 0,93% no ano e 4,21% em 12 meses

The Photographer/Wikimedia Commons
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São Paulo – O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), “prévia” da inflação oficial, variou 0,22% neste mês, menor resultado para fevereiro desde o Plano Real – mas é a primeira divulgação com nova base de dados que é usada para o cálculo. O preço da carne caiu, mas o dos cursos e dos planos de saúde aumentou. Agora, o índice soma 0,93% no ano e 4,21% em 12 meses. Os resultados foram divulgados nesta quinta-feira (20) pelo IBGE.

De acordo com o instituto, três dos nove grupos que compõem o índice tiveram deflação: Vestuário (-0,83%), Saúde e Cuidados Pessoais (-0,29%) e Alimentação e Bebidas (-0,10%). Somados, representaram impacto de -0,1 ponto percentual no resultado do mês.

Vestuário teve influência de roupas masculinas (-1,39%), femininas (-0,83%) e infantis (-0,71%), enquanto joias e bijuterias tiveram alta (0,64%, a oitava seguida). No segundo grupo, o IBGE destaca itens de higiene pessoal (-1,71%), como perfumes (-5,06%) e produtos para pele (-1,30%). Por outro lado, os planos de saúde subiram 0,60% e contribuíram com 0,02 ponto para o resultado mensal.

Carne cai

Entre os alimentos, o preço das carnes caiu 5,04%, em média, o que representou impacto de 0,13 ponto no IPCA-15 de fevereiro. O instituto registrou aumentos no tomate (28,96%) e na batata inglesa (5,23%). Comer fora ficou 0,38% mais caro, menos do que em janeiro (0,99%): a refeição subiu 0,66%, enquanto o lanche caiu 0,25%.

O maior impacto de alta – 0,23 ponto percentual – foi do grupo Educação, com aumento de 3,61%, resultado que segundo o IBGE “reflete os reajustes frequentemente praticados no início do ano letivo, em especial dos cursos regulares (4,36%), item responsável pelo maior impacto individual positivo no IPCA-15 de fevereiro, com 0,20 p.p”. Os chamados cursos diversos também subiram, 2,71%, e representaram 0,02 ponto.

Tarifas

Transportes subiu menos, 0,20%, ante 0,92% em janeiro. Os combustíveis passaram de alta de 2,96% para 0,49% – a gasolina subiu 0,21%, o etanol, 2,69% e o óleo diesel, 0,04%. E as passagens aéreas caíram 6,68% (-0,05 ponto). Já as tarifas de ônibus urbanos aumentaram 0,79%, com reajustes em Brasília e São Paulo. O táxi também aumentou (0,30%), assim como ônibus intermunicipais (2,04%), em algumas regiões.

O grupo Habitação variou 0,07%, depois de cair 0,14% no primeiro mês do ano. O item energia elétrica recuou 0,12%, com nova bandeira. O gás encanado subiu 0,28%, com aumento no Rio de Janeiro. E a taxa de água e esgoto teve pequena variação, de 0,02%, com reajuste em Belém.

Entre as 11 áreas pesquisadas, os menores índices foram apurados nas regiões metropolitanas de Curitiba e do Rio de Janeiro, ambas com deflação de 0,03%. O maior foi registrado na região metropolitana de Fortaleza (0,48%), com impacto dos aumento dos cursos regulares e do tomate. Na Grande São Paulo, o IPCA-15 variou 0,28%. Em 12 meses, o índice vai de 3,03% (Rio) a 5,29% (Belém), chegando a 4,74% em São Paulo.

O IPCA e o INPC de fevereiro serão divulgados em 11 de março.