Mau negócio

Audiência debate impactos de venda de refinaria sobre empregos e arrecadação do Rio Grande do Sul

Petroleiros e deputados apontam que são graves as implicações da privatização da Refap, defendida pelo governo Bolsonaro

Geraldo Kosinski/Petrobras
Geraldo Kosinski/Petrobras
Governo Bolsonaro defende que a venda diminuirá preço do combustível. Petroleiros contestam e dizem que empresa privada terá monopólio no estado

São Paulo – Para petroleiros e deputados estaduais do Rio Grande do Sul, a venda da Refinaria Alberto Pasqualini (Refap) terá impacto negativo sobre a economia e os empregos locais. O alerta foi dado em audiência pública, na Assembleia Legislativa gaúcha, realizada nesta quinta-feira (13). Fundada em 1968, a Refap é reconhecida pelo desenvolvimento que garantiu ao Rio Grande do Sul, sendo responsável ainda por 16% do ICMS do estado e por 9% do refino de petróleo em todo o país, além da criação de postos de trabalho, o que, de acordo com os participantes, pode estar em risco diante do projeto de privatização defendido pelo governo Bolsonaro.

“Os impactos são diversos. Desde a questão da redução do número de empregos e da arrecadação de impostos e de outros meios, como os royalties, que podem impactar negativamente os municípios do litoral”, destaca a integrante da direção do Sindicato dos Petroleiros (Sindipetro) Miriam Cabreira, ao repórter Guilherme Oliveira, do Seu Jornal, da TVT.

O governo Bolsonaro tem justificado a venda como uma forma de aumentar a concorrência e com isso diminuir o preço do combustível. Mas, segundo um dos dirigentes do Sindipetro, Dary Beck Filho, qualquer empresa privada internacional que fizer a aquisição, “não terá nenhum motivo prático para baixos os preços”, afirma. “Porque é um monopólio que ela terá no estado do Rio Grande do Sul e parte de Santa Catarina”, justifica.

O deputado Pepe Vargas (PT) acrescentou que a privatização irá acelerar o processo de desmonte que já se iniciou quando a Petrobras abriu mão do polo naval nacional para adquisição de plataformas e sondas no exterior. Para ele, a “economia ficará ainda mais combalida”. “Nós precisamos debater isso. Estamos tentando audiências públicas e outras atividades para esclarecer a sociedade do Rio Grande do Sul sobre o que está acontecendo”, explica.

Assista à reportagem da TVT

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