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Conflitos entre torcidas e cartolas do futebol têm explicações econômicas, afirmam pesquisadores

Divergência de objetivos e falta de transparência marcam as 'tretas' que levam a xingamentos, brigas e invasões de campos

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Em campo: os economistas montam um modelo da relação entre torcedores e dirigentes, para entender as as agressões a dirigentes, jogadores e técnicos de futebol e as invasões de campo protagonizadas por torcedores

São Paulo – As brigas entre torcidas e dirigentes de futebol podem ter razões econômicas. É o que sustenta um estudo sobre a economia do esporte, conduzido pelos pesquisadores Marcelo Griebeler e Diego Baldusco e publicado na Revista Economia, da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

A questão central está na divergência de objetivos. A torcida delega para o dirigente do clube a produção de vitórias e resultados, mas o cartola nem sempre está preocupado com isso, e traz entre suas metas a necessidade de manter o orçamento do clube ou atrair mais sócios.

Isso explicaria, por exemplo, a venda de talentos do time em plena fase de produção de resultados. Os economistas montam um modelo da relação entre torcedores e dirigentes, para entender as as agressões a dirigentes, jogadores e técnicos de futebol e as invasões de campo protagonizadas por torcedores.

“Sob um ambiente de informação assimétrica, como é o caso no futebol brasileiro, onde existe pouca transparência nas ações dos dirigentes e mesmo sobre sua habilidade de gestor esportivo, este problema se torna mais delicado”, sustentam os pesquisadores.

Em todo o mundo, o futebol congrega cada vez mais recursos financeiros. Segundo dados divulgados na última Copa do Mundo, em 2018, o esporte tem uma receita que supera os R$ 100 bilhões, montante que é maior do que o PIB de 95 países.

Os pesquisadores realizaram o estudo com base nos episódios de violência no futebol brasileiro em 2008. Conflitos entre torcedores, atletas e dirigentes ocorreram no Flamengo, Bahia, Botafogo e Palmeiras. Eles foram citados como justificativa para a realização do estudo.

Confira o estudo.