resultado positivo

Lucros de R$ 24,6 bilhões acentuam potencial estratégico de empresas públicas

Para Clemente Ganz Lúcio, projeto privatista de Bolsonaro esquece que as empresas públicas "estruturam cadeias produtivas longas"

Arquivo/Frazão/Agência Brasil
Arquivo/Frazão/Agência Brasil
Bancos públicos,, Eletrobras e Petrobras representam mais de 90% dos ativos totais e do patrimônio líquido das estatais federais, aponta boletim

São Paulo – As empresas públicas federais registraram lucro de R$ 24,6 bilhões no primeiro trimestre, resultado 57,5% maior do que o apurado em igual período do ano passado. Para o diretor técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio, os números mostram a importância de manter as empresas sob controle da União.

“As empresas estatais têm uma capacidade grande de conduzir uma estratégia para a economia que gera resultados. E esse lucro cria a possibilidade de reinvestir na infraestrutura social ou ampliar a capacidade produtiva destas empresas”, explica Clemente à Rádio Brasil Atual.

Os números divulgados no 10º Boletim das Empresas Estatais Federais, no dia 1º, em Brasília, apontam que Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, BNDES, Eletrobrás e Petrobras representam mais de 90% dos ativos totais e do patrimônio líquido das estatais federais.

O diretor técnico do Dieese lembra que o número de estatais caiu de 134 para 133, em março, com a venda da Transportadora Associada de Gás (TAG). Ele critica o projeto privatista do governo Bolsonaro, pois despreza o potencial das empresas públicas e transfere para o mercado privado o controle de setores estratégicos para a economia e a soberania.

“Neste segundo semestre, o governo Bolsonaro quer privatizar mais empresas estatais ou desmembrá-las. A privatização tira um ativo do Estado capaz de conduzir a atividade econômica e cobrir problemas no orçamento. Então, vendê-las é abrir mão de lucros de bilhões. É um péssimo negócio, lembrando que a privatização resulta em aumento no preço das tarifas, como exemplo o setor de energia”, afirma.

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