Primeiro trimestre

Desemprego sobe na maior parte do país. Nordeste tem mais desalentados

Pesquisa do IBGE mostra ainda que estados da região Norte concentra mais trabalhadores por conta própria

Marcello Casal/Agência Brasil

Em comparação com o último trimestre de 2018, a taxa subiu em todas as regiões

São Paulo – Em alta no primeiro trimestre, o desemprego sobe na maior parte das unidades da federação, segundo o IBGE, com predominância do desalento na região Nordeste e de trabalhadores informais no Norte, embora a precarização aconteça em todo o país. A taxa média de desemprego foi de 12,7% no primeiro trimestre, mas chegou a 20,2% no Amapá e a 18,3% na Bahia, caindo para 7,2% em Santa Catarina e 8% no Rio Grande do Sul. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, o desemprego aumentou em 14 das 27 unidades em relação ao final de 2018.

Ainda em comparação com o último trimestre de 2018, a taxa subiu em todas as regiões. Subiu de 14,3% para 15,3% no Nordeste e de 12,1% para 13,2% no Sudeste, por exemplo. Atingiu 13,1% no Norte, 10,8% no Centro-Oeste e 8,1% na região Sul.

A chamada taxa de subutilização, que inclui as pessoas que gostariam de trabalhar mais, de 25% na média nacional atingiu 41,6% no Piauí, 41,1% no Maranhão e 40,4% na Bahia. Foram menores em Santa Catarina (12,1%), Rio Grande do Sul (15,5%) e Mato Grosso (16,5%). No total, são 28,3 milhões de pessoas nessa situação, recorde da série histórica. 

Já os desalentados – 4,8 milhões no país – concentram-se mais em estados do Nordeste: são 768 mil apenas na Bahia e 561 mil no Maranhão. A média do país é de 4,4%, também recorde, mas sobe a 17,9% no Maranhão e a 16,5% em Alagoas, caindo para 1,2% no Rio de Janeiro e 0,9% em Santa Catarina.

No recorte por ocupação, o Brasil tinha no primeiro trimestre 11,1 milhões de pessoas sem carteira assinada no setor privado. Eram 91,9 milhões de ocupados, sendo 67% empregados (com ou sem carteira), 4,8% empregadores e 25,9% de trabalhadores por conta própria, entre outros. Esse último grupo sobe para 33,7% na região Norte e 29,3% no Nordeste.