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FUP convoca mobilização contra venda anunciada de oito refinarias da Petrobras

Categoria aponta que desmonte da principal estatal brasileira tem relação com golpe de 2016. Atos nos locais de trabalho, nesta terça (30), vão denunciar as medidas anunciadas pelo presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco

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FUP convocou para esta terça-feira (30) um ato nacional contra as vendas das refinarias e pela defesa da Petrobras

São Paulo – Contra a venda de oito refinarias da Petrobras, anunciada recentemente pelo governo de Jair Bolsonaro, petroleiros realizaram um ato nesta segunda-feira (29), na Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), em Canoas-RS. Na última sexta-feira (26), a Petrobras informou que seu Conselho de Administração aprovou novas diretrizes para a gestão do portfólio de ativos da companhia, considerando a venda de oito refinarias, mas sem estimar um valor. 

As unidades que podem ser vendidas são: Refinaria Abreu e Lima, Refinaria Landulpho Alves (RLAM); Refinaria Gabriel Passos (Regap); Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar); Refinaria Alberto Pasqualini (Refap); Refinaria Isaac Sabbá (Reman); e Lubrificantes e Derivados de Petróleo do Nordeste (Lubnor), além de uma Unidade de Industrialização do Xisto.

A Federação Única dos Petroleiros (FUPconvocou para esta terça-feira (30) atos nos locais de trabalho contra as medidas anunciadas pelo presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco“Quando Castello Branco afirmou que vai vender 8 das 13 refinarias brasileiras, ele mexeu com a categoria mais forte e organizada deste País. Ao listar as refinarias, ele listou o nome de todos os empregados da Petrobras, inclusive os das unidades que não estão na lista de venda imediata”, afirma a FUP em seu site.

Dentro da nova pauta, os petroleiros gaúchos realizam um congresso estadual para tentar impedir a consolidação das vendas. “Esse congresso é importante para fazermos o diagnóstico correto, de como temos que agir daqui por diante. A discussão principal é a soberania nacional. A Petrobras adotou um discurso de importação só para abrir mercado para empresas estrangeiras e desvalorizar as refinarias“, explicou Arthur Guimarães, diretor do Sindicato Unificado dos Petroleiros de São Paulo (Sindipetro-SP).

Para a categoria, o desmonte da estatal e a desvalorização das refinarias têm ligação direta com impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff que, por sua vez, insere-se numa conjuntura mais ampla, a partir da descobertas de grandes reservas de petróleo na América do Sul.

É o que explica Willian Nozaki, professor e diretor do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Ineep). “Se a gente olha para o que aconteceu com a indústria petrolífera global, as principais descobertas foram no nosso continente, com mais destaque para o pré-sal. O Atlântico Sul virou o maior epicentro e trouxe grande quantidade de conflitos políticos, como na Venezuela e a o golpe contra a Dilma, em 2016“, afirmou ao repórter Guilherme de Oliveira, da TVT.

Assista à reportagem do Seu Jornal, da TVT