Dieese

Mulheres ganham 17,8% a menos no setor bancário

Diferença salarial no momento da demissão é ainda maior. Participação das mulheres em cargos de direção nos cinco maiores bancos também é bastante reduzida, variando entre 2,7% e 20,2%

Junius/commons.wikimedia

Santander tem a maior participação de mulheres em cargos de direção (20,20%), mas ainda longe da paridade

São Paulo – A mulher bancária recebe em média 17,8% menos que o seu correspondente masculino no Brasil. Enquanto eles foram contratados com salário médio de R$ 5.346,85, elas foram admitidas recebendo apenas R$ 4.428,48. No momento da demissão, a diferença salarial é ainda maior, chegando a 21%. Para os homens, a média salarial foi de R$ 7.038,00, enquanto elas eram desligadas recebendo R$ 5.559,69. 

Os dados, divulgados nesta sexta-feira (8), Dia Internacional da Mulher, fazem parte de um levantamento realizado pela subseção do Dieese na Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), que considerou os salários recebidos por 1.089 mulheres e 1.359 homens admitidos em janeiro deste ano, e outras 1.189 mulheres e 1.253 homens demitidos no mesmo período.

Para a presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira, os números atestam a discriminação de gênero no setor. “Esse é um dado verificado em toda a sociedade e em empresas de todos os segmentos econômicos. As mulheres recebem menos do que os homens, mesmo tendo a mesma função e cumprindo as mesmas tarefas.” O agravante, no setor bancário, segundo ela, é que as mulheres costumam ter formação superior, mas ainda assim, os melhores cargos e salários ficam com os homens. 

Entre os cinco maiores bancos do país, o espaço ocupado pelas mulheres nos cargos de direção é extremamente reduzido. Na direção da Caixa, elas são apenas 2,7%. No Banco do Brasil, 4,84%. No Bradesco, elas ocupam 5,15% dos postos mais altos. No Itaú, esse número chega a 12,7%. O Santander alcança números mais elevados (20,20%), mais ainda longe da paridade.

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