Feijão, cebola, frutas, carne: alimentos puxam inflação em janeiro

Tarifa de ônibus também contribuiu para a alta de janeiro do IPCA, que variou 0,32%. Em 12 meses, taxa é de 3,78%

Ricardo Ghisi Tobaldini/Flickr/CC BY-ND 2.0

Feijão carioca subiu quase 20% em janeiro. Alimentos foram responsáveis pela maior parte do IPCA do mês

São Paulo – O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), “inflação oficial”do país, variou 0,32% no primeiro mês do ano, acima tanto de dezembro (0,15%) como de janeiro de 2018 (0,29%). Com isso, a soma em 12 meses atinge 3,78%, segundo informou o IBGE na manhã desta sexta-feira (8). O destaque de altas são os preços dos alimentos.

Dos nove grupos pesquisados pelo instituto, oito tiveram alta – a exceção foi Vestuário (-1,15%), com queda nas roupas infantis, femininas e masculinas, além dos calçados, possivelmente relacionada a liquidações de início de ano. A maior variação foi de Alimentos e Bebidas (0,90%), que representou impacto de 0,22 ponto percentual na taxa do mês.

A alimentação no domicílio subiu 0,97% em janeiro, com aumentos de produtos como feijão carioca (19,76%), cebola (10,21%), frutas (5,45%) e carnes (0,78%). O leite longa vida, cujo preço havia caído nos últimos cinco meses, subiu 2,10%, com impacto de 0,02 ponto no índice geral. Já o preço do tomate caiu 19,46%.

Comer fora também ficou mais caro: 0,79%, ante 0,33% em dezembro. Subiram os preços do lanche (0,91%) e da refeição (0,90%).

Despesas Pessoais foi o grupo com a segunda maior alta (0,61%). Segundo o IBGE, contribuíram para essa elevação itens como excursão (6,77%) e hotel (1,06%), em período tradicional de férias. Também aumentaram serviços de manicure (0,85%) e cabeleireiro (0,69%).

Em Transportes, o resultado foi próximo da estabilidade (0,02%), depois da deflação registrada em dezembro (-0,54%). Os combustíveis voltaram a cair, mas de forma menos intensa: -2,09%, ante -4,25% no mês anterior. O maior impacto do mês, para baixo, veio da gasolina (-2,41%), com -0,11 ponto. “À exceção da região metropolitana de Salvador, que registrou alta de 1,50% no preço desse combustível, as demais áreas apresentaram quedas que variaram entre os -5,98% de Aracaju e os -0,31% da região metropolitana do Rio de Janeiro”, informa o instituto. Caíram ainda os preços de etanol (-0,75%), óleo diesel (-1,61%) e passagens aéreas (-3,59%, após alta de 29,12% em dezembro), este último item com impacto de -0,02 ponto.

Já os ônibus urbanos tiveram aumento de 2,67%, com reajustes nas tarifas em cinco das 16 regiões pesquisadas. O impacto foi de 0,07 ponto. O IBGE destaca ainda os reajustes nas tarifas de trem e metrô na região metropolitana de São Paulo, além dos ônibus intermunicipais (também em Belo Horizonte). Houve ainda reajuste na tarifa de táxi no Rio de Janeiro.

Em Habitação (de -0,15% para 0,24%), subiram o aluguel residencial (0,42%) e o condomínio (-0,77%). A energia elétrica recuou -0,13%. Outras altas foram do gás encanado (3,53%) e da tarifa de água e esgoto (0,31%).

Entre as áreas pesquisadas, o IPCA teve deflação nos municípios de Rio Branco (-0,09%) e Goiânia (-0,17%). A maior taxa foi da região metropolitana de Belo Horizonte: 0,70%. Em seguida, vêm Rio de Janeiro (0,47%), Salvador e São Paulo (ambas com 0,37%).

Em 12 meses, o IPCA vai de 2,71% (região metropolitana de Fortaleza) a 4,37% (Rio de Janeiro).
INPC

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) variou 0,36%, também acima de dezembro e janeiro do ano passado. Em 12 meses, foi a 3,57%.

Os produtos alimentícios subiram 0,90%, enquanto os não alimentícios variaram 0,13%.