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Guedes ataca gasto público e cobra reforma da Previdência

Chamado de superministro, assim como Sergio Moro, novo titular da Economia do governo Bolsonaro assumiu ministério defendendo também um amplo programa de privatizações

Valter Campanato/Agência Brasil

Novo chefe da Economia diz que a melhor forma de enfrentar a desigualdade social é fortalecer a economia de mercado

São Paulo – Outro dos “superministros” do governo – título que contesta –, o titular da Economia do governo de Jair Bolsonaro, Paulo Guedes, tomou posse na tarde de hoje (2) afirmando que aumentar os gastos públicos é o “mal maior” da política econômica, defendendo um amplo programa de privatizações e cobrando aprovação de uma reforma da Previdência, medida que considera essencial. Mas garantiu também que “não faltará notícia” em sua área.

A cerimônia foi prestigiada por muitos representantes do setor financeiro, um indicativo da linha a ser adotada por Guedes, de escola ultraliberal. Também estavam lá os presidentes do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, e da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ). O Ministério da Economia condensa três áreas, até então com pastas diferentes: Fazenda, Planejamento/Desenvolvimento/Gestão e Indústria/Comércio Exterior/Serviços.

Guedes avalia que fazer crescer os gastos públicos sabota toda tentativa de estabilização da economia. “Experimentamos todas as disfunções financeiras em torno desse processo, como moratória e inflação. Agora, estamos respirando a sombra de uma tranquilidade, mas é uma falsa tranquilidade, da estagnação”, afirmou. Não é preciso cortar dramaticamente (os gastos), explicou, “é não deixar crescer no ritmo que crescia”.

O novo ministro defendeu a Emenda Constitucional 95, de congelamento de gastos públicos (as despesas não podem ultrapassar a variação da inflação). Mas acrescentou que o chamado teto de gastos não se sustenta sem reformas estruturais, citando mais uma vez a Previdência. “Teto, sem paredes de sustentação, cai. Essas paredes são as reformas”, disse Guedes, pedindo “ajuda” aos parlamentares para aprovar a reforma.

Segundo ele, a Previdência atual é uma “fábrica de desigualdades”, apontando privilégios: quem legisla e quem julga recebe as maiores aposentadorias, enquanto a população tem as menores. O ministro falou ainda em simplificação tributária, que seria outro pilar de sua gestão, afirmando que pretende unificar sete ou oito tributos em um imposto federal.

Guedes avalia que a melhor forma de enfrentar a desigualdade social é fortalecer a chamada economia de mercado. “Implementar reformas causa ciclo virtuoso de emprego e renda e arrecadação”, comentou, falando em “futuro brilhante”.